segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Pastando o tempo

Quando eu o vi pela ultima vez ele estava no jardim, comendo capim, pastando passando o tempo. Naquele dia tinha uma menina jogando amarelinha só de calcinha próximo a calcada, da rua de dona Berta. Essa senhora que veio do Sul com seus dois filhos João e Pedro filho de Jatobá o marido que um dia a deixara ainda de bucho do ultimo filho para vadiar. Tinha também o tal português que era seu freguês que só tomava banho uma vez por mês. Com pouco de sorte podia ver de longe o forte. Mas ninguém se preocupava com isso porque era um desperdício olhar para o forte quando se tinha um “mudareu” de mar para olhar. Muita gente passa por lá, era gente que vinha e ia num vai e vem danado para ver esse lugar. Todos perguntavam como era o gosto do mar. Sabe lá dizia dona Terezinha outra vizinha que morava lá. Vinha gente até da realeza para ver de longe aquela grandeza de se orgulhar. Ah, quanta gente inocente, começou a viajar para se contagiar com a beleza do além mar. Quem era esse holandês que sabia falar português e só comia carne vermelha um dia no mês? Sabe lá! Só o povo que conhece saber o valor de se conhecer o mar. Sabe lá. Ontem conheci uma menina que seu pai trabalhava numa oficina que tem quintal bem grande que o pai nunca capina. Onde seu cavalo que possui belas e longas crinas fica a pastar. Então passei por ali a ultima vez que a vim tava lá pastando e comendo capim. Daí eu pensei tudo na vida deve ter um fim. Um nasce para sorrir, outra para chorar, outros para conquistar, outras para capinar e outro para comer capim. Simples assim.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

HOJE

Hoje acordei cheia dessa nostalgia
Chega de coisa que não presta
Quero jogar fora essa melancolia
Hoje quero o mundo em festa
Quero mundo cheio de alegria
Quero o mundo sem pressa
Quero é rir, dançar até o raiar do dia

terça-feira, 10 de novembro de 2009

TÃO

Um dia
Quando tudo for mais claro
Quando o amor for o código da vida
Quando a tristeza não for sinônimo de solidão.
Quando o sorrir for sinônimo de alegria
Quando o amor não for sinônimo de compaixão
Quando as pessoas não se contentarem, apenas, com um prato de comida
Quando o amor e o sexo não for sinônimo de um disparo
Do coração
Quando houver mais valorização da vida
Quando o amor não for confundido com excitação
Quando o beijo não for sinônimo de despedida
Quando o viver for sinônimo de ousadia
Quando a imaginação for à porta de partida

Talvez nesse dia diante do sol possa ver como as coisas de fato são
Onde tudo será tão claro, tão raro, tão, tão...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Eu

Procura-se:
Um lar
Um canto
Um Bar
Um manto
Um mar
Um lugar
E aí o que será?
Apenas, procura-se ainda:
Alguém assim como eu
Que um dia se perdeu
Prendeu
No labirinto da vida

Quem é tão seu como eu?
Quem já se perdeu em seu eu como eu?
Quem já foi tão meu como seu eu?
Então me diga?
O que fazer sem o meu que é o seu eu?

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Em má companhia


“Ele só tinha dezesseis e que isso sirva de exemplo para vocês”

Às vezes a felicidade está bem debaixo do nosso nariz, mas poucos resistem à tentação de trilhar caminhos desconhecidos. Dedico este texto aos adolescentes que se deixam levar pelo mundo desconhecido das drogas.


A mãe o tomou em seu colo e acalentou a primeira vez o dia 1° de maio . Num dia acalorado pela massa de trabalhadores em frente ao Senado Federal, reivindicando melhores salários e condições de trabalho. No dia do TRABALHA-DOR, talvez sua mãe tenha pensado, apresento ao mundo mais um braço forte que há de vencer uma bravata.Um representante de um povo. Ela ficou por um bom tempo a contemplar seu filho. Ela perceberá desde cedo que ele tinha olhos negros e ligeiros típicos de pessoas que sonham em conquistar o mundo. Mas nesse mundo de hoje, de tantas possibilidades, é cada vez mais difícil para os pais ensinarem seus filhos o melhor caminho para conquistar o mundo. E qual caminho é menos ruim? Qual tará menos dor e inquietação? Penso que para os pais, talvez, o melhor caminho é aquele que se viva, ainda que não seja uma vida de luxo, mas que seja de forma digna, com um trabalho honesto. Mesmo sabendo que o mundo não seja justo e que constantemente teremos que lidar com incertezas e frustrações. Nem sempre o caminho mais fácil é o melhor atalho para sair de uma condição. “Que também morre quem atira” No mundo de muitas possibilidades e poucas oportunidades para aqueles que nascem desiguais. O melhor caminho e suar a camisa e trabalhar com: as adversidades da vida, as esperanças perdidas, as impunidades, as fragilidades humanas, a alma dolorida. Escrevo porque são duas da manha e todos dormem e não vejo,não encontro razão para dormir. Dizem que o sono acalanta. Eu não quero acalanto. Só quero ficar no meu canto. Quero chorar, derramar meu pranto em letras vermelhas dessa caneta que ora escrevo. Não, não dessa vez não estou aqui para falar dos meus dissabores, quero falar de outro que duas balas lhe tiraram a vida. Certamente, você deve se perguntar por que escrevo coisas tristes. Porque quando escrevo em todas as letras que surge na tela é como se fosse uma lagrimas que banha me rosto. ”quem quiser que fale mal da literatura. Quanto a mim direi apenas que devo a minha salvação. venho da rua de deprimido, escrevo dez linhas, torno-me olímpico” Na mente apenas um clarão que cega. De tanto olhar não vejo nada. Dois tiros tiraram uma vida. O cérebro apagou só o corpo restou.
- E agora qual é a saída?
- Aí que dor, me ajudem, por favor!
- Doar ou não os órgãos para salvar outras vidas?
Perder alguém que amamos é muito doloroso. No inicio choramos pela dor da ausência, da saudade, do futuro não vivido. Choramos por que somos egoístas, pois choramos pela perda, pela dor que a ausência do outro no trás. Depois de um tempo as lagrimas cessam, o coração desacelera é como se estivemos em estado de paralisia, nesse momento é como se houvesse a perda dos sentidos, já não sentimos dor ou alegria, apenas nostalgia. Como se fossemos corpos flutuantes na imensidão do espaço. Demora um tempo para nos adaptarmos para firmamos o pensamento em uma direção. Há varias formas de se perder alguém: quando o tempo leva, quando a morte leva, mas o amor sempre permanece. O amor não morre fica guardado no cantinho cinzento do lado esquerdo do coração. Ainda mais quando o falamos de amor incondicional, amor mono, amor unilateral: de mãe para filho. Não consigo imaginar, quantificar, mensurar o sofrimento de uma mãe que tem seu filho brutamente assassinado, de forma tão covarde.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Caminhos

O que tem detrás daquele portão, das grades? Lá as luzes se ascendem e apagam sozinhas.Tudo é tão intrigante. Onde estão as chaves? Quem mora lá? Lá tudo é tão silencioso... As pessoas parecem felizes e tranqüilas.Todos os dias, passo em frente e fico pensando , imaginando como será lá. As grades são feitas de ferro bem firmes, pintado de preto. Tem sempre um senhor de cabelos brancos a espreitar pela janela, sempre em silêncio. Recentemente, descobrir que sou amante do silêncio. Acredito que o silêncio seja um refúgio, um lugar de conforto. È tão confortável fica escutando o tico e teço. Não ter que convencer ninguém de nada. È só pensar e pensar... Talvez não chegue a conclusão alguma, apenas exercitando um ato continuo: o pensar. Escrevo para transformar a tristeza em saudades, a solidão em lembranças. Às vezes, penso naquela casa que fica atrás do portão preto. Fico imaginando se lá tem muitas flores.... Ou jardim? Será que tem cachorro, pássaros? As pessoas que moram lá andam sempre com passos rápidos, com ar de serenidade. Fico pensando, do que se alimentam? Do alimentam a alma? De onde vem tanta calma? De onde vem tanta paz? No que acreditam?Certo dia, passei e acenei por senhor da janela que sorriu para mim. Aquele senhor de olhos vermelhos e cabelos brancos, sempre com um sorriso no canto dos lábios. Seguir, dali, o meu caminho, pensando nas voltas da vida- longa jornada cheia de bifurcações. A cada dia me assusto com a infinidade de possibilidades que me batem a porta. São tantas portas secretas que se abrem a minha frente... Em cada uma dela fico parada olhando, tentando imaginar o que tem detrás daquela porta. Caso eu abra e entre. Como fazer o caminho de volta? E se eu me perder? Tem gente que passa a vida inteira na sua zona de conforto, sem sair do seu mundo com o medo de se perder. De não conseguir o achar o caminho de volta. Eu ainda prefiro as mudanças... Penso nas portas que se abrem. De quem será que são as chaves? Quem são os donos? De são as chaves que abrem e fecham as portas?Se cada um de nós tem a chave que abre as portas de nossas vidas, por que muitos ainda estão parados diante da vida á espera que alguém dê as chaves que abram suas janelas secretas? Porque temem o desconhecido, porque é mais cômodo atribuir aos outros o peso de nossos esocolhar e fracassos? Se somos agentes de nossa historia, como pode o outro ter a chave que nos leva a felicidade? Não há por que temer o que tem por trás das janelas secretas, pois o caminho é feito ao andar.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

CAOS

Sobrevivendo ao oceano de emoções. Constantemente me assusto com as situações e emoções. Estranho as relações entre as pessoas. Estranho o fato das pessoas dormirem juntas, terem planos para o futuro... Se vêem todos os dias, dormem e acordam juntas. E quando o relacionamento acaba elas passam a ser estranhas. Estranho mais ainda o fato de num dia a pessoa ser estranha e desconhecida, no outro torna-se o centro da suas atenções. Depois com o fim do relacionamento são estranhas novamente. Fico pensando como deve ser nas cabeças das crianças quando os pais se separam. Coitadas!
Penso, ainda, no poder das pessoas sobre nossas vidas. Um dia desses estava abastecendo o carro, pensando na vida... O céu nublado. Em pleno meio dia. Quando sou brutalmente acordada dos meus sonhos e inquietações:
- fique quieta, o posto está sendo assaltado!
- Sério?Perguntei.
- Não encara, não encara, esbravejavam aos gritos
Nesse momento o coração bateu mais forte quase que saiu pela boca, comecei a rezar e pedi a Deus e Maria que intercedesse pela minha vida. Pensei que fosse alguma brincadeira de mau gosto, de alguém conhecido, mas eram estranhos.
Quando olhei, vi dois homens que mais pareciam adolescentes usando blusa de frio com capuz. As pernas finas, típicos de pessoas que passam fome na primeira infância. Sacaram as armas e apontaram para cabeça de uma moça tão novinha e maquiada que tinha acabado de pegar a chave do meu carro – a frentista em minha frente. E o mundo girava tão rápido na minha cabeça. Bateu o desespero procurei as chaves e nada. Queria fugir, no entanto a situação pedia calma e muito silencio. Agachei-me no banco do carro e só ouvir o disparo... Pensei está morta. Neste instante pensei, e chorei por tudo que vivi e não vivi. Pensei nas pessoas que amo, na falta que elas fazem. Na família. Nos amores, nos sabores e dissabores da vida. Vi-me pequena, indefessa e incapaz. Acredita que deu tempo para pensar na teoria do caos? E se eu tivesse saindo mais cedo ou mais tarde, pensei. Aquilo era o caos. E, eu era apenas mais um elemento da natureza, em disposição aleatória, sem nenhum poder. Um estranho a minha frente tinha o poder. Aquelas criaturas de gestos desconsertados e eufóricos. Comecei a senti certo formigamento percorrendo o corpo... Uma sensação de paralisia momentânea. Sentia e frio e calor ao mesmo tempo. Eu prisioneira daquele tempo... Perdi os sentidos.
- Toc, toc, toc... Eram as batidas no vidro do carro.
-Moça, moça, tudo bem? Eles já foram
- Teve disparos, mas era para intimidar,
- O que aconteceu?
- Eles levaram todo o dinheiro do posto, mas graças a Deus não feriu ninguém.
Sai dali com a sensação de impotência impregnada em minha mente. E tentando entender as coisas, aqueles homens estranhos e poderosos. Fiquei pensando o que eles tinham roubado? A “rotina que cuida do normal”? A paz de espírito? Pensei nos estranhos conhecidos que muitas vezes nos rouba a alma, a calma, alegria, o dia...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

FAST FOOD


“A vida é feita de insanidades”

É MUITO TRISTRE CAMINHAR ASSIM COM ESSE VAZIO DENTRO DE MIM. A SENSAÇÃO DE CAMINHAR E CHEGAR A LUGAR ALGUM. SIMPLEMENTE IR, INDO SEM SABER PRA ONDE. JÁ SE SENTIU ALGO ASSIM? FAÇO POR FAZER, SEM NENHUMA PRETENSÃO DE RENCONHECIMENTO. É COMO COMER E NÃO SENTIR O SABOR. É ASSIM QUE ESTOU. MINHA GRANDE MOTIVAÇÃO FICOU PELOS CAMINHOS DA VIDA. NÃO TENHO VERGONHA EM ASSUMIR QUE SOU UM ZUMBI, DISTANTE DE TI. ESTAR POR ESTAR. COMER POR COMER. FAZER POR FAZER. É ESTADO COMUM QUE TEM HABITADO MINHA ALMA. HÁ QUEM DIGA QUE SEJA O MAL DO SÉCULO A TAL DEPRESSÃO, MAS NÃO ACREDITO NISSO NÃO. APESAR DE TUDO ESSA AUSENCIA DE COR E SABOR, AINDA EXISTE DIAS QUE CONSIGO SORRIR, SABE VER GRAÇA NAS COISAS. EXISTEM ATÉ PESSOAS QUE GOSTO DE VER VIVENDO... TENTO FUGIR DE TUDO QUE ME LEMBRA AQUELA HISTORIA DE AMOR QUE FRACASSOU, MAS NÃO ADIANTA POR QUE NÃO CONSIGO FUGIR DE MIM MESMA. EM SABER QUE SOU MINHA PROPRIA ESTRADA, EROSÃO. QUER SABER POR ESCREVO, PORQUE É MAIS BARATO QUE PSICOLOGO E TAMBÉ, MUITO MAIS VERDADEIRO. NÃO QUERO ME EXPLICAR, CONTEXTUALIZAR PARA NINGUÉM. QUERO APENAS ESPANTAR ESSA COMPANHEIRA DESCABIDA, QUE VIVER ATORMETAR O MEU POBRE CORAÇÃO: A SOLIDÃO. É DIFICIL ASSUMIR E FALAR DESSE ADJETIVO QUE QUALIFICA UM ESTADO DE ESPIRITO PERENE NESSE ESPAÇO DE TEMPO EM QUE VIVO. CERTAMENTEMENTE DEVO CAUSAR CERTO ESTRANHAMENTO A VOCÊ QUE LÊ ESSAS LINHAS. POIS O MUNDO MODERNO VENDE A FELICIDADE COMO SE FOSSE UM ENLATADO QUE SE COMPRA NAS PRATELEIRAS DAS LOJAS. COMO SE A FELICIDADE FOSSE FAST FOOD. ESSA TAL FELICIDADE QUE SE VENDE NOS COMERCIAIS DE MARGARINA DE DOMINGO A TARDE. TALVEZ A MINHA VIDA TENHA MUITO MAIS SABOR QUE A SUA, SABE POR QUÊ? POR QUE SÓ EXISTE O DOCE POR EXISTE O AMARGO. AH, AGORA MEU CARO, CABE A VOCÊ O JULGAMENTO. HOJE EU ENTENDO AS LETRAS DE MUSICAS QUE ANTES EU NÃO ENTENDIA, ELAS TÊM UM NOVO SIGNADO. A POESIA, NOSSA ENTÃO NEM SE FALA PARECE QUE FUI EU QUE AS ESCREVI TODAS, ELAS SÃO TÃO FAMILIAR. ESSE TAL SENTIMENTO UNIVERSAL QUE COMPARTILHAMOS ÀS VEZES É TÃO DISTANTE OU TÃO PERTO AO MESMO TEMPO. ESSA CAPACIDADE QUE TEMOS DE DIVIDIR O INDIVISSIVEL : O PENSAR E SENTIR.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Manhas

O que me falta? Seria o que tenho? O que tenho será que não é o suficiente? E o que é suficiente para ser ou fazer alguém feliz? O quanto precisamos mudar para chegarmos à simples conclusão que ainda somos os mesmos? Ou não somos mais os mesmos? Quando foi que aconteceu? Eu nem percebi, nem vi. Ah, agora me lembro o quanto sofri, o quanto senti.Por favor, me empreste seus olhos, seu modo de ver o mundo. Estou farta desses meus olhos. Desse olhar viciado. Desse “vicio de insistir nessa saudade que sinto”. Quero ver com os seus olhos o brilho das manhãs. Quero apreciar, com sua boca, o gosto do amanhã. Quero saborear com sua boca, o sabor das manhãs. Quero ter a certeza de uma anciã. Quero despertar para uma realidade. Quero encher de alegria esse pobre coração. Não diga que não, não deixe que as palavras sejam em vão. Quero seguir seus passos, sua direção. Por favor, não me negue às mãos. Por favor, diga, qual é a direção? Ah, esse olhar em difusão em disfunção.No fim, é sempre assim cada um seguindo sua direção...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Andarilho

“Eu me sinto um estrangeiro passageiro de algum trem.”
Estou cansada de mudanças, mas prefiro um corpo cansado-estranhando o ambiente a uma mente presa em angústia sufocando um sentimento – no peito de um sonhador. Seria um erro acreditar que mudar será sempre para melhor?Mexer com velhos hábitos sempre doe porque - mexer com estado de comodidade que estamos acostumados? Ou será que somos o que estamos acostumados?”Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante a ter a aquela velha opinião sobre tudo”. A dificuldade de mudar: é adaptar as perdas e ganhos, é aprender a lidar com medo de errar nesse novo caminho, é aprender a sorrir para mascarar o choro. È aprender a ser forte quando o que se mais deseja é que alguém entenda que você se sente fraco em alguns momentos. È difícil ser GENTE GRANDE quando queremos ser eternas CRIANÇAS. Mas ousar fazer algo diferente é: correr risco, é tentar sempre e acreditar que o novo caminho se abre por detrás da estrada nublada. Hoje mais uma vez tive que dá adeus á pessoas de quem gostava muito por acreditar que devo trilhar um caminho diferente para ser feliz. Pra ser bastante sincera, há algum tempo já não tenho mais medo de perder nada nem ninguém. Sei apenas que quero me encontrar. Pode ser que me encontre, pode ser que eu nunca me encontre.Talvez eu seja a personificação da busca. Eu queria aceitar as coisas como elas são, no entanto mora em mim esse desejo de saber o porquê das coisas. Sempre sabe? Não consigo ignorar meus sentimentos, os acontecimentos. Mas às vezes tenho medo do futuro por que ele tem mania de abrir o chão aos nossos pés quando menos esperamos. O que realmente importa é ser um andarilho e acreditar sempre que dias melhores virão. Quando de repente ouço: “Seja bem vinda!”

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Palavras

Estou fartas das palavras porque elas lubridiam enganam, mascaram os sentimentos, as verdades das pessoas. E se for, existe verdade? O que existem são fatos. A palavra não convém. Quero o silêncio, a ausência de ecos, de sons.Quero apenas ouvir o barulho do ar condicionado que nos condiciona a uma realidade engessada. Quero ouvir o baralho frenético da vida que pulsa lá fora. Das ruas, dos carros,das maquinas destroçando, revirando a terra. Dos gritos surdos e mudos dos pobres e famintos que vivem nesse mundo de hipócrisias. Quero o silêncio que acalante, quero jogar, jorrar, derramar e me afogar em meus prantos. Quero libertar meu peito, deixar fluir os meus defeitos. Estou de cheia dos efeitos pirotécnicos que as pessoas fazem para mascarar suas faces, seus feitos, seus defeitos. Por favor, alguém apague a luz que bate aqui na minha retina e fere meus olhos, cega-me. Por favor, fechem as cortinas por que a peça acabou. Por favor, acreditem no silêncio que habita o amor.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Balzaquiana

Vida.... 29 anos se passaram.

Sou uma mulher de 30 anos - uma balzaquiana - mas que as vezes se comporta como uma adolescente de 17 anos,pois constantemente quero me mudar e mudar o mundo, doce ilusão. Seria isso algo apenas meu ou esse sentimento é universal? Dizem que os 30 anos é para a mulher um período de revolução. Acho que não fujo a regra, a não ser pelo fato de achar que sou “a própria revolução em mim.” É estranho fazer o caminho inverso das pessoas consideradas “normais”; normalmente as pessoas casam aos trinta e eu me separei, sem mesmo ter me casado, quase aos trinta. Se isso não for uma forma de revolução, seria uma evolução? Já nem sei mais. Sei o quanto é doloroso e nos torna forte fazer esse caminho. Sei também que a idade não tem nada a ver com a quantidade de anos que vivemos, mas sim com as experiências que tivemos. Penso, apenas, no caminhar e que ele depende das escolhas. Daqui do “alto” dos meus trinta anos vejo o mundo de uma forma diferente: com mais calma, mais alegria, mais aceitação no meu jeito de ser. Descobri um monte de coisas que não quero para mim. E outras tantas que quero viver: casar de verdade, ter filhos, viajar o mundo. Hoje pode parecer meio piegas tudo isso, mas é um estado de espírito que mora em mim. Muitas vezes me sinto como uma garota que quer colo, um ombro amigo. Apenas alguém para me acolher, mas é quando bate em minha face o vento que cobra, o peso da idade e da responsabilidade de ser um SER com direitos e deveres é quando descubro esse meu jeito de ser e ver a vida. Tem dia que desejo “terceirizar” minha vida, pois é tão difícil fazer auto-gestão- ser dono da nossa própria vida. Será que por isso que muitas mulheres casam? Será que não é mais fácil andar acompanhado do que sozinho? Acho que depende do caminho. Se errarmos ou acertamos só o tempo irá nos dizer. O que importa mesmo é deixar rastros... Andar por aí ir de mãos dadas com a i-da-de em busca da tal Fe-li-ci-da-de...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Deep

Leva um tempo para entendermos, compreendermos e aceitarmos...
Leva um tempo até tomarmos a atitudes que por fim mudará todo rumo de nossa história, nossa vida. O Adeus é uma navalha que corta a garganta. Fere os ouvidos e faz jorrar o sangue do coração, esquecido e embrutecido. A ruptura é um processo muito doloroso, mas edificante porque é nesse momento que pesamos o quanto algo ou alguém é importante em nossas vidas. È só tentando remover uma arvore é que podemos ver a profundidade da raiz. È só com o vendaval é que vemos com que estrutura foi feita nossa casa. Talvez, se leve uma vida para esquecer. Talvez nunca se esqueça. Mas no fim descobrimos que o levamos é a vida. Somos tudo, e, isso: o somatório de nossas vivências e escolhas,que nos marca profundamente.Que é dor e sente. O que é a vida se não as experiencias vividas? As noites mal dormidas? As alegrias vividas?
È difícil a abandonar o que somos, o que faz parte de nós. Aceitarmos que no fim só seremos nós, apenas nós. Mas que realmente o que importa é:“por mais fria e tenebrosa que seja a noite, certamente há de haver um novo dia com lindos raios de sol”. E seremos bem mais felizes!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Amar

Amar alguém é sentir algo profundo
É estar por dentro de um mundo
Em que tudo são estrelas brilhantes
Que se reluzem em instantes
Para refletir a alma
Em que nos leva à calma

Batendo à mil por hora
No romper da aurora
Existe ali um coração
Que sofre de paixão
Ao estar apaixonado
Por um amor que foi roubado

Chegamos a delirar
Com vontade de gritar
E o mundo inteiro a escutar
Mas o coração não para
Pois o amor se declara

A tristeza é um instante
Pois o coração bate repentinamente
Sem deixar que a dor
Invada o amor

Um sentimento sem explicação
Que as vezes não sabemos definir
Mas nos apaixona sem sentir

Por - Ellen Carolina, minha sobrinha linda de 11 anos. Achei tão lindo, resolvi postar.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A-Gente

No vazio que sou me encontro em meio à multidão
Sinto o passar das horas no pântano do meu ego
Imerso em meio à insensatez humana
Vejo que sou cego


Vivo a eterna busca de ser o que não fui
Que agora já nem sei mais quem sou


As lembranças de outrora me apavoram
As lagrimas banham meu rosto
Lavam minha alma
Acalmam


O vazio é como nuvens que some e aparecem com o tempo
Eu sou a solidão
A personificação da solidão
Ela chega com seus olhos úmidos da noite
A-Gente não se entende ele gosta de números e eu de letras
Quantitativo e qualitativo, juntos e, separados pela os traços tortos das linhas do destino


Em pensar que ainda adoro:

Seu sorriso, seus olhos pequenos

O jeito de passar a mão na cabeça quando está nervoso

Quando cruza os braços junto ao peito

Seus jeitos, seus defeitos


O que mais me alegra é o ir e vir
O andar por aí!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

SABADO

Um grande homem partiu
Partiu-se de mim
Um grande vazio invadiu-me
Tamanha tristeza no fim do dia
Enquanto outros davam pulos de alegria
Naquele mesmo dia
Pensei que ia morrer naquele instante
Quanta agonia

O coração partiu-se
Queria, voltar, ser como antes
O cérebro quase explodiu
De tanto pensar
Tinha de tudo, me faltava o ar
Pensei em estar louca
Fique rouca
Os gritos eram mudos
Ou todos ficaram surdo?
Diante de tamanho absurdo

Tamanha a vontade de fazer parar
Pare:
Esta dor, esse amor, por favor, pare
Por favor, me ampare
Por favor, me apare, me escute

Devolva-me:
A paz, devolva a cor,o sabor, a alegria, o meu dia a dia
Devolva-me o amor, devolva-me a alegria
Mas era sábado, era o dia da melancolia

sábado, 9 de maio de 2009

Astronauta

Embarquei na astronave do futuro
Que ninguém sabe ao certo aonde vai dá
Às vezes bate uma tristeza e peço colo
De onde venho trago comigo o desejo de andar
Carrego comigo o peso de ser “SOLO”
A leveza de ser AR


Por isso, eu não me arrisco em viver
Eu sou o próprio risco de ser feliz
Joguei fora os cupons da certeza
Comprei os bilhetes das possibilidades
Abri mão da vaidade
O que restou, apenas, saudades
Mas me entrego a essa alegria que me invade

domingo, 26 de abril de 2009

PARTIU_SE

Ao partir daquele ponto
Partir também de mim
Toda uma vida construída partiu-se

A reconstrução está em si
Tentei começar do zero
Mas nunca se recomeça do nada
Partimos sempre de um ponto
Partindo e pronto

O momento seguinte é o encontro de si
consigo mesmo
È quando num dado momento: no fim
Questionam-se o “sermos”
Se estamos ou somos ERMOS
E partindo, partiu, partiu-se

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Vou Navegar

Hoje descobrir que a vida pede passagem
Hoje decidir mudar
Libertei-me:
Das amarras do coração
Da ilusão
Das passagens

Dessa vida do lado de lá
Do medo de andar
Parei pensei: Por que negar?
A vida é um arvore de muitos frutos fantásticos
De muitos fluxos extraordinários
Eu vou navegar
Escolhi ser feliz
Eu sempre quis
E
Assim será!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

S.O.S

A vida tem que continuar
Os passos os chão devem marcar
A alegria um objeto de desejo á conquistar

Ah, o que houve?
O que há?
Só porque não sabemos que caminho seguir?
Não quer dizer que devemos parar de caminhar

Vamos seguir em frente!
Sejamos fortes!
A única certeza é a morte
Mas creia na sorte ela há de nos encontrar


Quando o sono não vem
A solidão é companheira das noites
É quando no pulmão falta ar
E na cabeça espaço não há
Mas o coração não para de pulsar

Os amores vêm e vão
As paixões nos consomem
Somem

No final só somos nós!
Apenas nós
A Sós!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Ventos do Norte

Uma fenda se abre no coração
Várias portas se abrem na imensidão
Vê-se a cegueira branca
Desejos, certezas e duvidas que vem e vão
A realidade de tanto refletir cega, e o vento da vida balança


Para que tanto?
Se nem sabemos o quanto?
Quando, onde, porque e para que?
È quando o cajado da vida deposita nas costas o peso:
Das escolhas
Das bolhas que estouram

Quando vemos o quanto somos vulneráveis
Quando somos jogados na realidade por hora construída
Quando vemos de quantos caminhos podem nos levar a vida

O futuro é um poço, um fosso, um foco de luz na escuridão
E então? Na esperança de que os ventos do norte tragam sorte a este coração
È quando uma criança chora à espera que lhe peguem a mão e lhe digam a direção
Ah, inocência, pura, branca
Vida insana, que chama...
Em chamas o coração
Chama

segunda-feira, 23 de março de 2009

ADEUS

Seguindo em frente em busca da felici"dade "
De Peito aberto
Coração na mão
Em busca de tantas "DADES "
Pássaro de asas cortadas
Pela navalha da dor, do amor
Pássaro de liber"dade"
Se apoiando em sua visão de amador



Que carrega consigo
A certeza de um ombro amigo
Vendo seus alicerceis, de outrora, ruir


Soltou aquele grito que estava preso na garganta: ADEUS
Pensou em esvair-se
Em sua face:
Lágrimas de saudade
Lágrimas de dor
Lagrimas de um tempo de felicidade
Lagrimas de amor
Lagrimas de ama-dor
Dor de IR
De fim

terça-feira, 17 de março de 2009

Estado da Alma

A solidão é companheira da felicidade, ambas caminham juntas. São sentimentos que se entrelaçam. São estados da alma, estados de espírito. Esta só é um sentir-se só – é um estado de espírito individual, que não se compartilha. È tão único, tão pessoal por mais que convivamos com as pessoas, que partilhamos sentimentos, afeições. Não se compartilha sensações, porque cada um sente de um jeito, cada um sente e vive suas percepções em tempos distintos. Qual será o tempo da felicidade? Um segundo? Um minuto? E o que de fato nos faz felizes? Como dimensionar uma sensação? Ou sentimento? Já nem sei mais. Penso: que o sentimento seja um processo construído em nossa mente, no momento que pensamos geramos uma sensação. Isso que escrevo é apenas uma divagação e não uma afirmação, meu caro leitor. E você o que sente? Freqüentemente me assusto com o fato de estar só, mas quando falo de estar só não faço referência à companhia de pessoas, falo aqui de pessoas especiais que, de fato, compartilhem algo, talvez um sentimento. Visto que, varias são as vezes que estamos em meio a multidão e nos sentimos só. Sentimos só quando não compartilhamos sonhos, objetivos. Há quem diga que a felicidade está em nós. Penso que somos os senhores de nossas vidas, posto que, são nossas decisões que regem nossas vidas. Somos nós, a essência e a ausência de tudo que há em nós. Somos tanto, que às vezes nos questionamos de onde vem tanto poder. E na maioria das vezes nos perdemos diante de tanto potencial, de tanta responsabilidade,de tanta possibilidade, que é sermos os gestores de nossas próprias vidas, de nossa liberdade. Mas como disse Renato Russo: “Ser livre é coisa muito seria”. Você pode estar se perguntando o que tem a ver felicidade, sensação e sentimento. E o porquê de alguém escrever sobre isso. Devem existir tratados, postulados científicos a respeito, mas quero apenas, de forma meio sem jeito, dizer que sinto neste momento. Talvez seja uma forma de compartilhar esse sentimento, que nesse momento habita meu peito. Pode ser também que você esteja careca de saber, mas neste momento quero afirmar isso. Sabe, no fundo sou um ser muito sentimental, meio doido, assim como um ser humano carente de si mesmo. Sei também que no fim, só seremos nós, cada um de nós.Não estou a fim de convencer, de discutir, por isso escrevo, apenas isso, o que passar disso é mera interpretação, percepção que pode ser um sentimento, uma sensação individual de cada um.

sábado, 14 de março de 2009

Paz

Um espaço de tempo
Quando um abraço, quanto aconheco traz
Quando faço seu meu desejo de momento
Só, tudo isso, e nada mais
Quão feliz me faz!
Então, compreendo:
O que faz
O que me faz
Que tanto faz
Que tudo é paz
A janela da alma aberta em busca de paz
Olhando para a imensidão e aconchego do mar
Sinto, aspiro o ar
Sinto cheiro de mar
De maresia...

Ah, que dia!
Uma noite serena de alegria
A luz da lua iluminando a casa
Iluminando a rua
Iluminando o dia

sexta-feira, 13 de março de 2009

Intenções

Não quero pensar em nada
Quero o nada!
Não sabes, o quanto sinto saudade daquele tempo
Mas só me resta dizer: Adeus, adeus até mais vê!
Idas e voltas
Ah, o retorno do mar
Do vento
Do ar
Da brisa, do tempo...

Mãos sujas, bocas que sugam
Roupas ao chão
Na busca constante
Cabeça em turbilhão
Olhos de vidros
Coração na mão

Pensamento, errante
Agora, sinto a tristeza de um instante
Coisa de momento, não é uma constante

domingo, 8 de março de 2009

Vozes da Noite

O copo sobre a mesa, a luz da vela iluminando o ambiente. Quem precisa de eletricidade? Era apenas: eu, o copo e a luz de velas. Aquela imagem oculta em minha mente. Uma agenda sobre a mesa esquecida. A sombra da vela refletindo sobre o papel.A tinta da caneta vermelha - fina e ligeira ao traçar os traços finos do perfil do moço de outrora. De onde será que veio? Não se sabe. Deve ter descido ou caido de alguma nuvem. Seus cabelos Black Power de anjos da noite das cidades modernas e frias. Anjo da noite de pele negra, ele caiu em meio aos guetos das cidades ferozes. Onde a noite se ouve vozes, talvez do gueto. A negritude dos olhos dele refletindo no branco dos olhos dela. A esperança cega do amor juvenil. Os desejos os tornaram serviçais da paixão, escravos do amor. Ah, doce é o engano daquele que repousa suas mãos sobre os ombros de outrem. Ali, aqueles dois seres paralisados de lábios colados. Ele a contraiu junto a si,em seu peito, jogando para fora todo ar dos seus pulmões, tencionado o corpo dela contra o murro, pichado de uma cidade sedenta de paz. O anjo negro cravou com as forças da mão seus dedos na pele fina, frágil e pálida da carne dela.O céu se estremece com raios e trovões, anúncios dos céus de que algo iria acontecer.Seria aplausos ou reprovação? A chuva é toque de recolher para os anjos da noite feroz. È quando uma gota de realidade estoura a bolha da ilusão. As portas da felicidade se fecham, e os corações abrem suas fendas, suas chagas e as cicatrizes deixadas pelo carrasco do amor. São anjos ou demônios que povoam essas terras? Em dias de chuva o céu fica preto. Os cachorros latem como forma de externar suas insatisfações com esse mundo de cão! Ouve-se o tic tac do relógio preso na parede suja de tinta. Os dedos tecem freneticamente o pensar - vômito da sua angustia em dizer, sem alguém para ouvir. Quando não se tem luz dá para ouvir o barulho, as vozes da noite. Sabia que a noite tem sua próprio voz? Você, certamente, já ouviu, pode até ser que não se lembre, mas se puxar bem pela memória poderá se lembrar de uma noite seu corpo estendido em sua cama. Quando a mente está cheia e o coração vazio. Sabe aquelas noites que deitamos para dormir, mas o sono não vem?São essas, onde se ouve as vozes das noites que são silenciosas durante o dia. O mundo fica silencioso, e a vida parece cantar a canção silenciosa do tempo - o canto de "cada um de nós, em uma só pessoa, em uma só voz".Pode-se nessas noites ouvir: o cair da chuva sobre os telhados, o assoviar dos ventos por entre as arvores, as batidas do coração, o bater das asas do anjo negro da noite.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Dueto de Véspera

Tiranos e maltrapilhos são os homens desta terra
Que temem o ódio dos aflitos, e o silencio é o grito que impera
Nos corações dos avessos e camuflados nômades, navegantes
De um planeta sem riscos de luz, de esperanças
Buscam nas certezas incertas as respostas para suas preces




Diante do tudo, o nada!
Diante do medo e da tormenta que
Assola um peregrino e afugenta o olhar da criança
Que clama o calor dos braços ou um simples aceno a sua
Inocência puritana
A esperança!

Ah, quantos enganos
Somos assim, 0 que acalanta é o que desespera o coração.
A mão que abençoa é aquela que dá adeus!
A boca que espragueja é aquela que beija
Nesse mundo de sentimentos líquidos,
De ilusões sólidas, paixões avassaladoras e
Promessas soberbas...
Não sei se o certo é ser fraco por não ter tentado,
Ou fracassado por ter arriscado

Ah, esse ser de dúvidas e desejos efêmeros
De desejos insanos
No coração, o sagrado
Na boca, o profano!

terça-feira, 3 de março de 2009

Basta

Basta de tanto querer
Basta de tanto poder!
Basta desse jeito de ser
Basta de você.
Simples assim!

Basta desse sentimento
Que nos coroe por dentro
Basta!

Basta, estou farta desse descontentamento
Já não tem a menor graça.
Tudo na vida, um dia, basta, passa.
Basta!

domingo, 1 de março de 2009

Devaneios

O amor se desenvolve nos sublimes atos cotidianos.
O amor nos envolve
A vida simplesmente pulsa
Os meus anseios cegam-me diante do mundo
Ou o mundo cega-me diante dos anseios?
O querer não mais me satisfaz
È preciso ir

O ar torna-se intragável
O caminhar depende das escolhas
Penso que estas já não me pertencem mais.
Sinto apenas os passos do tempo
Sinto a vida esvair-se em meio à solidão
Por entre as mãos

As palavras ferem
As idéias se perdem
Vejo o Adeus, e então?
Será que os sentimentos são em vão?

Os pensamentos divagam
Apenas devaneios...
Delírios...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Tempo

Chamam-no de tempo, fogo lento
Que vagarosamente, vai consumindo...
Esvaecendo o homem que tem fome, o sustento
Esse senhor, dono, sempre atento, o tempo
Que devora o agora!


Ah, senhor!
Impiedoso, que no silêncio da noite e do dia
Sem remorso, ou temor, mais parece covardia
Rouba o homem que tem fome de amor e alegria

Ah, senhor!
Quanta covardia habita esse ser de tamanha agonia
Que carrega no peito a dor e a nostalgia
Que teme o tempo; o fim dos seus dias!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Poder

Na estante insólita e empoeirada tantos, sonhos ali deixados.
Um livro de capa amarelada no porão abandonado.
Ostentando as traças e os traços do tempo, ora passado.
As manchas amareladas são sinais de que a aquarela vem a desaparecer.

Trazendo consigo, ao romper dos tempos, os propósitos daquele que um dia pôs a escrever.
Para falar do homem que tem fome:
De conhecimento e poder.
Que some diante do poder.
Fala da fome de viver.
Para conhecer a fome do homem
Dê a ele conhecimento e poder

E nessa dicotomia do SER e PODER
Segue rumo ao capítulo final
Onde nem sempre o bem vence o mal

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Faço-me

Sinto seu cheiro no ar
Sinto saudade de outrora
Sinto vontade de gritar

Sinto a dor de ir embora
Sinto falta de ar
E agora?

Que caminho trilhar?
Sinto-me solto no ar
Já nem sei para onde ir
Ao te encontrar me perdi


Desfaço-me
Faço-me
Sinto-me fraco
Já nem sei o que faço!
Quero apenas seus abraços
Seus braços...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Broto

A primeira vez que a vi diante dos meus olhos, confesso que senti um tamanho deslumbramento. Imagine você diante de algo desconhecido, mas que te faz feliz. Sabe o que sinto ao ver algo nascer assim diante dos olhos?Um “descontentar-se de contente”.Uma sensação que nos deixa cheio de alegria. O coração saltitante, faltando saltar fora do peito. Foi assim que me senti quando a vi sugir em meio à terra fértil e úmida.Fiquei imaginando quando ela começasse a florir,quando suas pétalas desabrochassem, quando desse fruto; Quando os frutos ficassem maduros e suas sementes secassem; Mesmo quando a sua vitalidade se esvair ainda sim sua semente será capaz de geminar.Será capaz de despertar, ao ser tocada por uma pessoa, o ardor que faz queimar a carne humana. Perplexo é o sentimento, a palavra que expressa tamanho estranhamento diante da força, do magnetismo, desse ser de natureza tão sutil. Um criaturinha muito complexa aos olhos humanos. È esplêndido vê-la. Em saber que eu sou parte disso ou mero espectador do seu desabrochar? Todos os dias a observo. Vejo o seu desenvolver, me envolvo com sua beleza espceial e natural. Um ser vivo, dono de uma de uma pureza sem igual, tão jovem e já é capaz de causar tanta euforia no ser considerado da raça superior - o bicho homem. Sou grato pela sua existência. Só em saber que ela está ali crescendo e a cada dia mais: bela, verde e experimental.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Alegoria

A incerteza é certa
Preciso andar
A dúvida desperta



Sinto frio no calor
Medo de caminhar

Sou grande diante da vida pequena
Sou uma mistura pura
Sou um dilema

Sou mistura impura
Pura poesia
Busco encher a vida de alegria
Sou de tudo um pouco, a cada dia!

Sou um misto de amor e alegria.
Sou o pôr-do-sol ao fim do dia.
Sou o arco-íris e alegoria.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Domingo

Recanto do meu eu
Canto a canção silenciosa da vida
Máscara da vida
Carapuça vivida
Catapulta da vida



O mundo gira, e eu aqui parada
Quieta, calada


Um ser estranho
De mãos atadas
Num mundo tamanho


Doente de tédio
Num mundo de desejos estranhos
Parada em meio ao nada
Não vejo remédio
Na rua, na casa, no prédio

sábado, 31 de janeiro de 2009

Novo

O mar somos nós
O vento dá direção para onde queremos seguir
È um sentimento “uma coisa” que chega sem pedir licença
Entra em nossas vidas e nos invade por inteiro
Que nos envolve!
Que nos deixa sentir que a vida é muito pequena perto desse sentimento:
uma coisa, que nos envolve todo por dentro
Um sentimento que nasce, nos aquece o peito
O real passa ser imaginário
Ou seria o contrário?
Intenções que vem e vão
È uma luta entre as forças do real
E o poder do imaginário
Chegamos a acreditar que vivemos em uma bolha
Ou seria um aquário?!
Em saber que para ser feliz basta está vivo
Sentir esse gosto na boca
Eu gosto do que é novo!
Independente
De como
De onde
E por que

Eu gosto é de invadi, sem pedir licença
Sem nada pré-determinado
Simples assim!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Páginas

Virou mais uma página em sua vida. Já nem se sabe em que capítulo está. Será que antes do meio, ou perto do fim?Já não se sabe. O que importa são as quantidades de linhas, que com trajetos das passadas,tortas, ainda, tem por escrever.Quantos e que personagens figuram essa História. Só o tempo dirá. Pode-se, apenas, dizer que se conhece o protagonista. Olhou pela janela cinza do passado e sentiu a nostalgia de quem está deixando algo. Como uma roupa que já não cabe mais!Soltou aquele grito que estava preso na garganta.Tentou ver no Livro da Vida o que vinha depois. Em vão, porque só se vira a página deste livro com as passadas das pernas e do tempo. Tentou esboçar o capítulo seguinte, logo descobriu que não é com dedos que se escreve, mas com os pés, cabeça, coração e atitudes. Sentiu-se frágil, como não saber o fim da sua própria História? Em seguida, pensou: talvez seja melhor assim, porque quando não se sabe o fim; o que virá na próxima página aumenta à expectativa e a vontade de viver, o hoje, a página atual - melhor momento - o presente. O que importa são as pegadas deixadas, preenchendo as traçadas linhas no livro da vida

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Encontro


Com os olhos tristes e marejados de lágrimas, o punho cerrado, o coração apertado, ele disse: Sabe Senhora? Sabe o que sinto? Um grito mudo, que faz você estremecer todo por dentro, mas que, ninguém além de você ouve. É isso, Senhora! Não se preocupe, gosto disso: procurar um sentido para minha vida sem significados. Talvez você pense que eu seja uma pessoa amarga, de alma perturbada, depressiva ou algo que o valha. Mas não! Apenas falo, exponho o que sinto, embora às vezes pareça sem sentido. Mas o sentido de tudo que fazemos está em nós. Está dentro de nós - a chama que alimenta a vida - que, certamente, um dia há de apagar. Se cada um de nós vê o mundo do seu jeito, como podemos dizer se esse ou aquele seja um jeito errado? Não existe caminho certo ou errado. O que existe são escolhas. Apenas isso. O que passar disso é uma mera interpretação. Uma visão do mundo. Mas agora vou te contar um sonho que tive: Numa noite de agonia, após vários copos de vodka, minhas pálpebras pesaram e sem mais nem menos, de repente, me pego em frente ao prédio em que trabalho. Era um dia que ventava muito, estava nublado, nesses dias as pessoas andam meio curvadas e olhando para baixo. Acho que é por causa do frio, e por isso senti como se ninguém no mundo fosse capaz de me ver. Adentrei o prédio e quando cheguei ao elevador apertei o número 5, é o numero do andar em que trabalho. Só que quando as portas se abriram, percebi que estava no térreo. Achei muito estranho, mas mesmo assim saí em direção à rua e logo percebi que estava sendo seguido. Existem momentos na vida que não podemos voltar atrás, não porque não queremos, mas por que não há mais como voltar porque o tempo não volta, não para.Temos que seguir em frente, continuei. Sentia um medo que percorria à espinha. Por um instante cheguei a pensar que meu coração iria sair pela boca, daí respirei fundo e continuei a caminhar. Do outro lado da rua as arvores balançavam, as janelas dos prédios todas fechadas, eu gritava por socorro, mas era um grito mudo, já sentiu isso? Um grito mudo, que faz você estremecer todo por dentro, mas que ninguém além de você ouve? Quando levantei a cabeça estava em minha frente um homem com uma arma na mão; fiquei atônito, e num golpe ágil me virei, em vão, ouvi o disparo. Fui ao chão. Quando acordei estava em um necrotério com duas jovens de pele clara, pareciam estagiárias cortando e dissecando gente como se fossem animais. Quando olhei, pensei que estava morto, mas em seguida, outra mulher entra na sala com ar de superioridade para fazer a análise do meu corpo. Ela fechou o punho e desferiu um forte golpe em meu peito. Dei um grito alto e estrondoso tamanha à intensidade do soco e da dor. Quando recuperei o fôlego, perguntei a ela quais seriam minhas chances de sobrevivência. Ela me disse que haviam três balas alojadas no meu tórax. Seria uma cirurgia difícil e que o quadro era complicado, mas que minha vida não dependia dela. Disse que estava em minhas mãos. Como minha vida está em minhas mãos, se as balas estavam em meu peito? Naquele momento não entendi aquela ponderação. Foi quando as luzes de minha vida se apagaram. Então quando abri os olhos novamente estava eu caminhando em uma estrada estreita - uma “estrada de chão”. Num lugar lindo, com verdes pastagens. Logo à frente avistei um cavalo branco que mais parecia cinza, olhos cinza e opacos. Sua cor era branca. Ele vinha de uma longa jornada e lugares distantes, porque dava para ver seu pelo, estava sujo e seu aspecto era de muito cansaço. Quando me aproximei dele era como se eu estivesse indo ao encontro de mim mesmo; via ali meu reflexo naquele animal. Cheguei bem pertinho, passei minhas mãos sobre sua crina e o acariciei. Olhei seus olhos amargurados e cansados, foi quando ele me disse: _ “viu o que você fez com sua vida?”
_ È magoei você, né? Sei que foi culpa minha. Agora vejo o que fiz.

_ você não, mas suas escolhas ao longo da vida.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

STOP

Tentei dizer Adeus
Mas as palavras ficaram presas na garganta
Pensei em ir-me, mas tive medo
Coração no peito, sem jeito
Medo do Adeus
Medo daquela dor no peito
Decidi que não quero mais.
Nem adianta...
Para mim, chega!
Quero paz
Quanto mal me faz.
Já me basta!
Chega de mel
Chega de fel
Chega desse gosto amargo
Chega de ácido e básico
Se encontrar por aí
Vou fingir que não vi
È melhor assim

domingo, 11 de janeiro de 2009

Inocência


Seus olhos negros, mas pareciam duas jaboticabas a fitar o infinito. Os cachos dos seus cabelos soltos ao vento – tão definidos quanto seus traços e personalidade. Seu ar de jovialidade. Era só uma garotinha de dois aninhos que chegou em nossas vidas,para alegrar os nossos corações com seu jeitinho saltitante, alegre e cheio de vida. Estava lá aquele anjinho sentado embaixo da mangueira em frente a casa.Pensei: pagaria um milhão por aqueles pequenos grande pensamentos de um ser tão inocente. Tão puro; Quando a busquei novamente, encontrei-a em frente ao portão da casa, apoiada nas pontas dos pés, segurando com seus bracinhos frágeis o portão. Com a cabeça entre as frestas. Falava com eloqüência com alguém – um menino da sua idade. Seria o seu “primeiro amor”? Falavam uma linguagem que só as crianças entendem. Os imaginei crescidos e como seria o futuro. Talvez fosse este o amor verdadeiro desprovido de máscaras e interesses. Um amor de descobertas... Fique por alguns instantes observando a inocência dos dois. Inocência esta que o mundo certamente roubaria em poucos anos. Seu nome não era inocência, embora lhe caísse bem. Era Luiza. Sua mãe tentou sem sucesso afastá-la do portão e do seu novo amiginho. Em vão, tamanho eram seus gritos de lamentações... A mãe numa tentativa de tirá-la do portão disse: “Luiza, vamos comprar balinha na padaria?”. A menina respondeu que não tinha dinheiro então à mãe colocou em sua pequena mãozinha uma cédula de R$2,00 reais. Luiza perguntou a sua mãe se podia levar o amiguinho com elas. A mãe alegou que o menino não tinha dinheiro e por isso ele não poderia ir com elas. Então a menina rasgou a cédula ao meio e entregou a metade do dinheiro ao seu novo amiginho e disse: “toma, uma para você e outro para mim”. A inocência é um estado da alma. O segredo da felicidade – é a doce inocência da infância. Ou seria a inocência um estado perecível da alma que uma vez perdida, jamais será restabelecida?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Quem Te Habita?


Na penumbra, de um noite cinzenta e chuvosa, as luzes apagadas, ou queimadas, já nem se sabe mais, apenas a claridade da tela do computador iluminando o ambiente. O reflexo do seu rosto.Por um instante pode ouvi a respiração, as batidas do coração que mais parecia o tic tac do relógio. Indagou-se, se o coração fosse o relógio da vida quanto tempo ainda restava. Por quanto tempo duraria sua bateria. Coração relógio – relógio coração - de muitos pontos e ponteiros impulsionados por gotas de sangue dosam suas batidas. A imagem refletindo na tela. A imagem que agora tão nítida em poucos anos perderia sua cor, deixaria de existir. Quem era aquele alguém sentado frente aos seus olhos. Pensou consigo. Ali inerte olhando um ponto fixo pensando.Sentindo, apenas, o fluxo da vida percorrendo seu corpo,banhando seu coração, regando suas entranhas, de acordo com as batidas dos ponteiros do relógio – coração. Como pode desconhecer-se?Quem era aquele ser que habitava aquele corpo ali parado diante dos seus olhos opacos. Senti-se, sem sentido a ponto de questionar o existir de tanto pensar.A alma debilitada, perturbada diante de um corpo saúdavel.Quanta incoerência da natureza humana.Era como se o mundo tivesse girando ao seu redor. E tudo perdeu o sentido, a noção de espaço. Questionou-se, todos os feitos na vida valem à pena? Sua existência era seu único feito, mas não, também não era seu. Foi um feito de outros dois seres que sob o efeito embrio da paixão ou de uma explosão de desejos lhes deram o que chamam de vida. A vida é só tudo isso? Ou quase nada?Qual o sentido de existência?A morte? E se morremos para que tanto?Tentou entender o por que das coisas, das pessoas, do andar por aí. Imaginou as pessoas sem face perambulando nas avenidas.Viu um ser sem rosto mostrar sua cara, sua razão de existir - o coração rasgado, dilacerando no peito à queimar. Foi quando emergiu-se do seu eu que não era seu quando na tela apareceu o novo e-mail na caixa de correio. Daí pensou que talvez a vida tenha sentindo por que é no outro que se reconhece seu eu.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Quase Uma Menina



A alegria invade por completo seu coraçãozinho, que embora bata em um corpo de quase 30 anos.Sua alma é jovem.Parece de uma criança de cinco anos quando é deixada pelo sue pai no primeiro dia de aula na escola. Radiante diante de um futuro certo de incertezas. O coração agitado no peito. Uma vontade enorme de grita, mas nem sabia o porquê, apenas queria colocar para fora aquele sentimento latente em seu pequeno grande coração. Meio desengonçada ao falar, ao gesticular, mais parecia uma menina que quer colo. Mas já era uma mulher de quase 30, que deveria ocupar o seu lugar no mundo, ao sol. Ou seria no porão?Afinal esse normalmente era o lema de sua profissão. Diante dessas incertezas, uma certeza era certa, estava determinada tinha consciência que nasceu para ser feliz, onde quer que fosse, e com quem quer quem esteja ao seu lado. Em meio à multidão sentiu-se só. Olhou á sua frente e viu o estranho conhecido e se reconheceu no outro. Como uma criança que encontra seu amigo no pátio da escola. Quando sorriu abriu em sua face o semblante-um sorriso discreto de quem procura um amigo, um abraço ou aperto de mão. Uma sensação de esta perto de alguém familiar. Viu um mundo novo de muitas possibilidades. Saiu dali sorrindo para vida. Afinal era só mais um de vários outros primeiro dia de aula na Escola da Vida.