quinta-feira, 29 de abril de 2010

O ponto

Olho por lado e vejo aquela foto desbotada do retrato do tempo outrora vivido. Desde aquele dia que deixe aquela casa de cor, amarela, verde ou seria amarelo queimado? Já nem sei mais. Desde aquele dia mudei o ponto. O ponto da vida, dos sentidos. Seria um ponto de vista ou vista de um ponto? Hoje vejo que estou atravessando a tênue linha da cegueira e da visão. ”Não vejo nada e que eu vejo não me agrada”. Às vezes tento imaginar os jardins suspensos da Babilônia e sua Torre de Babel. Tento entende o compasso da vida nesse ritmo descompassado. Empresta-me seus olhos? Estou cansada dessa visão míope. Deixe-me ver o mundo com seus olhos, talvez tenha mais brilho. Mostre o sentido, dos seus sentidos. Eu já não sinto nada, embora as vezes tenho a sensação de sentir tudo. Sinto náusea, dor cabeça. Acho que enjoei do mundo. Não que o mundo não preste, mas os meus olhos, esse olhar viciado. Quero outro ponto de Vista. Ou seria outra Vista de um mesmo Ponto?
- Hei moço, moço, por favor, pare esse trem! Eu quero descer!
_ Mas já? Você não vai esperar chegar ao seu destino?
- Não tenho destino, tenho escolhas e cada minuto faço minha história!
- Mas você sabe o caminho?
- Existe caminho? Ou existem caminhos? Quer saber, há muito tempo me perdi. Então já não me importo onde vou chegar o que importar e caminhar