domingo, 23 de novembro de 2008

Amostra Aleatória do Amor

Na ânsia de me encontrar, me perdir em você
O querer não mais me satisafaz, é preciso ir além da dor

O tempo senhor das horas me apavora, devo ir ou não embora ?
Dispo-me do medo de outrora e me entrego em suas mãos...
Então, em seu calor perco o pudor
E no fugaz desejo, me alimento em seus beijos
Perco os sentidos, sinto você

E então?
Quanto ao amanha, se houver, lembrarei de uma noite fria de uma grande explosão
Quis dizer, mas você não quis ouvir preferiu sentir-me. Senti em mim, você


Percebi que na vida não existe lógica, na matemática da vida encontrei uma amostra aleatória do amor



Como pano de fundo, pessoas passam...
Eu ali parada
Em meio à multidão,
Em meio ao nada
A espera que você apanhe minha mão
Quem me diga à direção
Que doce ilusão
Cabe a mim a decisão

Menina dos Olhos

Em seus olhos pequenos marejados de lágrimas
Vejo-me, presa à sua dor, ao seu amor, ao seu ar
Nunca distante de ti
Sempre estarei lá
Sou a menina de seus olhos, e deles sou prisioneira
Quando os vejo, me vejo, me encontro, me perco em seus prantos...


Em suas páginas
Vivendo à sua maneira
Tento ir-me, mas, eu, sua menina e assim sempre serei...
Presa no canto, no recanto, sem ar
E aqui, sempre, estarei prisioneira de mim em ti.
Dos meus próprios medos, medo de ir.



E quando penso em ir-me, me vejo perdida dentro da imensidão do seu olhar.
Nada me prende a ti
Somente o seu olhar
Que me condena
De dar pena
Faz-me pensar

Sem corda, ou algemas
Lema, remo ou motivo para andar
Sem seus olhos, para me guiar,
Sinto-me sem eira nem beira
Sou como um barco a deriva no além mar

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Janela do Seu, Eu

Alegre ou triste, olhando o infinito, e perto.
Vejo o louco, o pouco.
Mas meu
E seu
Vejo o povo que transita e passa, despercebido como eu.

Conheço-te pouco
Invado seu mundo

Monto minha cabana, mas quando vejo que o brilho do sol passou
Levanto minha barraca e nem se quer olho para o espaço que deixo. Espaço sou.
E vou.
Na mais ilusória das procuras, mas como são tantas me perco no pranto de querer ser seu.
Como? Se não és meu?

Sei que pouco se interessa.
Tens tanta pressa
Que não há tempo para que veja a peça
Que prega
Que passa todos os dias, diante dos seus olhos
Janela do seu próprio retrato
Seu eu

Apagado pelo tempo outrora vivido: o ser, o seu, meu eu.

Vulcânica

"Vulcânica
Puro aço nos olhos
Corta o vento com as mãos
Nos lábios, palavras enlaçam
Idéias amarradas de pé
A retração é uma tática
Entre o falso conformismo
e o desejo de contrução
Nas horas de inquietude do silêncio
Sussura versos, sem dor
Devastando a imensidão do ar
com um jeito vulcânico de ser
Intenso como larva que esquenta o mar"

Homenagem do amigo Leandro Alves

Em 02/03/2007