segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Partida

Mais uma vez, lá vem de novo esse tal de futuro que vem e se abre aos meus pés. Esse tal futuro que nos conduz á uma amostra aleatória da vida. Esse tal futuro fruto das escolhas. Às vezes o futuro tem essa mania de nos surpreender. Andamos a passos largos, em acontecimentos curtos diante da vida. As pessoas se desesperam com medo do amanha, choram o hoje e se desespera com o presente. Eu já nem to nem aí para o tal futuro. O grande lance da vida é viver á passos largos os dias de hoje, para não sofre com curtos fatos do amanha – ou seja, hoje. Estou de mãos dadas com o hoje. Deixo as apreensões e pressões para aqueles que lhes fazem jus. Hoje acordei e quando vi já era o amanha de ontem. Fiquei surpresa, chegou tão rápido. Ele veio não com os passos do tempo, mas com a tinta da caneta que contorna o papel. Fiquei um tanto assustada, dormir no passado e acordei no futuro. Como pode ser assim? Ter o futuro diante de mim? Mas acho que poucas pessoas têm essa noção de está no futuro porque sofre tanto pensando que é o presente. Vejo um vai e vêm danado, as pessoas com olhos arregalados, num frenesi danado á espera de um gol aos quarenta e oito do segundo tempo. Tudo que se vê é uma bola na trave. Então os braços antes levantados e no rosto a expectativa do gol. Agora os braços descontraídos e olhos baixos, esperanças perdidas com fim dessa partida. Saem de peito estufado para fora para manter o orgulho, mas o coração vai pesado, com a nostalgia de um passado recente: o ontem, o hoje e futuro.