segunda-feira, 30 de março de 2009

Ventos do Norte

Uma fenda se abre no coração
Várias portas se abrem na imensidão
Vê-se a cegueira branca
Desejos, certezas e duvidas que vem e vão
A realidade de tanto refletir cega, e o vento da vida balança


Para que tanto?
Se nem sabemos o quanto?
Quando, onde, porque e para que?
È quando o cajado da vida deposita nas costas o peso:
Das escolhas
Das bolhas que estouram

Quando vemos o quanto somos vulneráveis
Quando somos jogados na realidade por hora construída
Quando vemos de quantos caminhos podem nos levar a vida

O futuro é um poço, um fosso, um foco de luz na escuridão
E então? Na esperança de que os ventos do norte tragam sorte a este coração
È quando uma criança chora à espera que lhe peguem a mão e lhe digam a direção
Ah, inocência, pura, branca
Vida insana, que chama...
Em chamas o coração
Chama

segunda-feira, 23 de março de 2009

ADEUS

Seguindo em frente em busca da felici"dade "
De Peito aberto
Coração na mão
Em busca de tantas "DADES "
Pássaro de asas cortadas
Pela navalha da dor, do amor
Pássaro de liber"dade"
Se apoiando em sua visão de amador



Que carrega consigo
A certeza de um ombro amigo
Vendo seus alicerceis, de outrora, ruir


Soltou aquele grito que estava preso na garganta: ADEUS
Pensou em esvair-se
Em sua face:
Lágrimas de saudade
Lágrimas de dor
Lagrimas de um tempo de felicidade
Lagrimas de amor
Lagrimas de ama-dor
Dor de IR
De fim

terça-feira, 17 de março de 2009

Estado da Alma

A solidão é companheira da felicidade, ambas caminham juntas. São sentimentos que se entrelaçam. São estados da alma, estados de espírito. Esta só é um sentir-se só – é um estado de espírito individual, que não se compartilha. È tão único, tão pessoal por mais que convivamos com as pessoas, que partilhamos sentimentos, afeições. Não se compartilha sensações, porque cada um sente de um jeito, cada um sente e vive suas percepções em tempos distintos. Qual será o tempo da felicidade? Um segundo? Um minuto? E o que de fato nos faz felizes? Como dimensionar uma sensação? Ou sentimento? Já nem sei mais. Penso: que o sentimento seja um processo construído em nossa mente, no momento que pensamos geramos uma sensação. Isso que escrevo é apenas uma divagação e não uma afirmação, meu caro leitor. E você o que sente? Freqüentemente me assusto com o fato de estar só, mas quando falo de estar só não faço referência à companhia de pessoas, falo aqui de pessoas especiais que, de fato, compartilhem algo, talvez um sentimento. Visto que, varias são as vezes que estamos em meio a multidão e nos sentimos só. Sentimos só quando não compartilhamos sonhos, objetivos. Há quem diga que a felicidade está em nós. Penso que somos os senhores de nossas vidas, posto que, são nossas decisões que regem nossas vidas. Somos nós, a essência e a ausência de tudo que há em nós. Somos tanto, que às vezes nos questionamos de onde vem tanto poder. E na maioria das vezes nos perdemos diante de tanto potencial, de tanta responsabilidade,de tanta possibilidade, que é sermos os gestores de nossas próprias vidas, de nossa liberdade. Mas como disse Renato Russo: “Ser livre é coisa muito seria”. Você pode estar se perguntando o que tem a ver felicidade, sensação e sentimento. E o porquê de alguém escrever sobre isso. Devem existir tratados, postulados científicos a respeito, mas quero apenas, de forma meio sem jeito, dizer que sinto neste momento. Talvez seja uma forma de compartilhar esse sentimento, que nesse momento habita meu peito. Pode ser também que você esteja careca de saber, mas neste momento quero afirmar isso. Sabe, no fundo sou um ser muito sentimental, meio doido, assim como um ser humano carente de si mesmo. Sei também que no fim, só seremos nós, cada um de nós.Não estou a fim de convencer, de discutir, por isso escrevo, apenas isso, o que passar disso é mera interpretação, percepção que pode ser um sentimento, uma sensação individual de cada um.

sábado, 14 de março de 2009

Paz

Um espaço de tempo
Quando um abraço, quanto aconheco traz
Quando faço seu meu desejo de momento
Só, tudo isso, e nada mais
Quão feliz me faz!
Então, compreendo:
O que faz
O que me faz
Que tanto faz
Que tudo é paz
A janela da alma aberta em busca de paz
Olhando para a imensidão e aconchego do mar
Sinto, aspiro o ar
Sinto cheiro de mar
De maresia...

Ah, que dia!
Uma noite serena de alegria
A luz da lua iluminando a casa
Iluminando a rua
Iluminando o dia

sexta-feira, 13 de março de 2009

Intenções

Não quero pensar em nada
Quero o nada!
Não sabes, o quanto sinto saudade daquele tempo
Mas só me resta dizer: Adeus, adeus até mais vê!
Idas e voltas
Ah, o retorno do mar
Do vento
Do ar
Da brisa, do tempo...

Mãos sujas, bocas que sugam
Roupas ao chão
Na busca constante
Cabeça em turbilhão
Olhos de vidros
Coração na mão

Pensamento, errante
Agora, sinto a tristeza de um instante
Coisa de momento, não é uma constante

domingo, 8 de março de 2009

Vozes da Noite

O copo sobre a mesa, a luz da vela iluminando o ambiente. Quem precisa de eletricidade? Era apenas: eu, o copo e a luz de velas. Aquela imagem oculta em minha mente. Uma agenda sobre a mesa esquecida. A sombra da vela refletindo sobre o papel.A tinta da caneta vermelha - fina e ligeira ao traçar os traços finos do perfil do moço de outrora. De onde será que veio? Não se sabe. Deve ter descido ou caido de alguma nuvem. Seus cabelos Black Power de anjos da noite das cidades modernas e frias. Anjo da noite de pele negra, ele caiu em meio aos guetos das cidades ferozes. Onde a noite se ouve vozes, talvez do gueto. A negritude dos olhos dele refletindo no branco dos olhos dela. A esperança cega do amor juvenil. Os desejos os tornaram serviçais da paixão, escravos do amor. Ah, doce é o engano daquele que repousa suas mãos sobre os ombros de outrem. Ali, aqueles dois seres paralisados de lábios colados. Ele a contraiu junto a si,em seu peito, jogando para fora todo ar dos seus pulmões, tencionado o corpo dela contra o murro, pichado de uma cidade sedenta de paz. O anjo negro cravou com as forças da mão seus dedos na pele fina, frágil e pálida da carne dela.O céu se estremece com raios e trovões, anúncios dos céus de que algo iria acontecer.Seria aplausos ou reprovação? A chuva é toque de recolher para os anjos da noite feroz. È quando uma gota de realidade estoura a bolha da ilusão. As portas da felicidade se fecham, e os corações abrem suas fendas, suas chagas e as cicatrizes deixadas pelo carrasco do amor. São anjos ou demônios que povoam essas terras? Em dias de chuva o céu fica preto. Os cachorros latem como forma de externar suas insatisfações com esse mundo de cão! Ouve-se o tic tac do relógio preso na parede suja de tinta. Os dedos tecem freneticamente o pensar - vômito da sua angustia em dizer, sem alguém para ouvir. Quando não se tem luz dá para ouvir o barulho, as vozes da noite. Sabia que a noite tem sua próprio voz? Você, certamente, já ouviu, pode até ser que não se lembre, mas se puxar bem pela memória poderá se lembrar de uma noite seu corpo estendido em sua cama. Quando a mente está cheia e o coração vazio. Sabe aquelas noites que deitamos para dormir, mas o sono não vem?São essas, onde se ouve as vozes das noites que são silenciosas durante o dia. O mundo fica silencioso, e a vida parece cantar a canção silenciosa do tempo - o canto de "cada um de nós, em uma só pessoa, em uma só voz".Pode-se nessas noites ouvir: o cair da chuva sobre os telhados, o assoviar dos ventos por entre as arvores, as batidas do coração, o bater das asas do anjo negro da noite.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Dueto de Véspera

Tiranos e maltrapilhos são os homens desta terra
Que temem o ódio dos aflitos, e o silencio é o grito que impera
Nos corações dos avessos e camuflados nômades, navegantes
De um planeta sem riscos de luz, de esperanças
Buscam nas certezas incertas as respostas para suas preces




Diante do tudo, o nada!
Diante do medo e da tormenta que
Assola um peregrino e afugenta o olhar da criança
Que clama o calor dos braços ou um simples aceno a sua
Inocência puritana
A esperança!

Ah, quantos enganos
Somos assim, 0 que acalanta é o que desespera o coração.
A mão que abençoa é aquela que dá adeus!
A boca que espragueja é aquela que beija
Nesse mundo de sentimentos líquidos,
De ilusões sólidas, paixões avassaladoras e
Promessas soberbas...
Não sei se o certo é ser fraco por não ter tentado,
Ou fracassado por ter arriscado

Ah, esse ser de dúvidas e desejos efêmeros
De desejos insanos
No coração, o sagrado
Na boca, o profano!

terça-feira, 3 de março de 2009

Basta

Basta de tanto querer
Basta de tanto poder!
Basta desse jeito de ser
Basta de você.
Simples assim!

Basta desse sentimento
Que nos coroe por dentro
Basta!

Basta, estou farta desse descontentamento
Já não tem a menor graça.
Tudo na vida, um dia, basta, passa.
Basta!

domingo, 1 de março de 2009

Devaneios

O amor se desenvolve nos sublimes atos cotidianos.
O amor nos envolve
A vida simplesmente pulsa
Os meus anseios cegam-me diante do mundo
Ou o mundo cega-me diante dos anseios?
O querer não mais me satisfaz
È preciso ir

O ar torna-se intragável
O caminhar depende das escolhas
Penso que estas já não me pertencem mais.
Sinto apenas os passos do tempo
Sinto a vida esvair-se em meio à solidão
Por entre as mãos

As palavras ferem
As idéias se perdem
Vejo o Adeus, e então?
Será que os sentimentos são em vão?

Os pensamentos divagam
Apenas devaneios...
Delírios...