quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

TIC TAC

Ao som e embalo dançante de Maria Rita que cantava em meio à grandiosidade do mar e da multidão enlouquecida da Cidade de Aracaju .Ele chegou diferente com brilhos nos olhos, sorriso nos lábios, os braços abertos, mãos e o coração cheios de alegria, amor e esperança - O Ano Novo.Banhou toda a terra com as águas dos oceanos e das chuvas. A terra se iluminou, as arvores floriram, as pétalas se abriram. As crianças sorriram. "Os velhos"viram o começar de NOVO ANO - um mecanismo que o homem criou para darmos uns aos outros, outras novas possibilidades - um recomeçar. Dar novos sentidos a vida. Os corações bateram mais fortes. Os olhos se encontraram como se os procurassem há muito tempo. Suas mãos entrelaçaram seus corpos, os lábios sobre postos, as pálpebras se fecharam. Novos amores surgiram. Novo sabor na boca. Ou foi o paladar que mudou ?Redescobriram o novo caminho, ou aprendendo a andar diferente?! O velho encontra o novo como forma de dá adeus e boas vindas. O sol nasceu mais radiante e tudo se fez belo. O coração a pulsar aquecendo o peito. Os irmãos esquecendo as diferenças e defeitos. O mundo calou, parou por um segundo e despertou com o TIC TAC. TIC TAC do tempo, TIC TAC da vida. TIC TAC do relógio à MEIA NOITE como o prenúncio de um NOVO ANO. Vida Nova. Novos Tempos...

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

"O passado é uma roupa que não nos cabe mais"

A sensação de um passado saudoso mora ao lado da casa cinza do coração, de uma segunda-feira chuvosa. A busca de felicidade não esta nas pessoas que encontramos pelos caminhos, mas no doce e suave desejo da conquista.

O passado só faz sentido por que não sentimos mais, apenas guardamos em nossas memórias a doce sensação de algo que se foi. Chegamos mesmos a questionar se existiu, de tão vaga a lembrança - um pássaro que canta aos nossos ouvidos as tristes e inusitadas canções... Percorrendo a imensidão de ferro e asfalto no mundo.

Os fantasmas de outrora me aparecem como forma de relembrar uma divida com passado. O fantasma do amor, da dúvida, do recomeço. Deixando claro que todos têm legados. O importa é sempre deixar a porta a aberta.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Estou farto

Farto do que é sensato
Farto do que é exato
Farto do é de fato
Farto do era farto
Farto do é fraco
Farto, farto...

Sujeito sem jeito

Sujeito sujo, surdo e mudo no mundo.

Parado, calado, deitado, sentado no murro

De um lado a vida

Do outro a partida

Sujeito, sem jeito, sem feitos

Perdido na vida

Despeitado, despertando para o mundo...

Seguindo cada dia uma vida

Sem eira nem beira, sem eixo, sem tudo

Punho cerrado, corpo fechado, coração apertado no peito

Simplesmente mudo, sem jeito

Amarrado as amarras do mundo

Sempre em frente ainda que doente e cheio de defeito

Na cabeça a dúvida, na mão o pão, na vida a doce ilusão de ser o tudo

Ainda que seja um sujeito meio sem jeito.


Perdido no mundo...


Cheio de defeitos...

Estou cheio do Vazio

Estou cheio desse vazio constante feito um bibelô na estante
Estou cheio de grita para aqueles que são surdos
Estou cheio de acreditar que somos errantes
Estou cheio de falar com os que são mudos
Estou cheio
Estou cheio dos que temem os desejos ocultos
Estou cheio do que é feio
Estou, sou, em meio aos que são cheio de vazio...

domingo, 23 de novembro de 2008

Amostra Aleatória do Amor

Na ânsia de me encontrar, me perdir em você
O querer não mais me satisafaz, é preciso ir além da dor

O tempo senhor das horas me apavora, devo ir ou não embora ?
Dispo-me do medo de outrora e me entrego em suas mãos...
Então, em seu calor perco o pudor
E no fugaz desejo, me alimento em seus beijos
Perco os sentidos, sinto você

E então?
Quanto ao amanha, se houver, lembrarei de uma noite fria de uma grande explosão
Quis dizer, mas você não quis ouvir preferiu sentir-me. Senti em mim, você


Percebi que na vida não existe lógica, na matemática da vida encontrei uma amostra aleatória do amor



Como pano de fundo, pessoas passam...
Eu ali parada
Em meio à multidão,
Em meio ao nada
A espera que você apanhe minha mão
Quem me diga à direção
Que doce ilusão
Cabe a mim a decisão

Menina dos Olhos

Em seus olhos pequenos marejados de lágrimas
Vejo-me, presa à sua dor, ao seu amor, ao seu ar
Nunca distante de ti
Sempre estarei lá
Sou a menina de seus olhos, e deles sou prisioneira
Quando os vejo, me vejo, me encontro, me perco em seus prantos...


Em suas páginas
Vivendo à sua maneira
Tento ir-me, mas, eu, sua menina e assim sempre serei...
Presa no canto, no recanto, sem ar
E aqui, sempre, estarei prisioneira de mim em ti.
Dos meus próprios medos, medo de ir.



E quando penso em ir-me, me vejo perdida dentro da imensidão do seu olhar.
Nada me prende a ti
Somente o seu olhar
Que me condena
De dar pena
Faz-me pensar

Sem corda, ou algemas
Lema, remo ou motivo para andar
Sem seus olhos, para me guiar,
Sinto-me sem eira nem beira
Sou como um barco a deriva no além mar

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Janela do Seu, Eu

Alegre ou triste, olhando o infinito, e perto.
Vejo o louco, o pouco.
Mas meu
E seu
Vejo o povo que transita e passa, despercebido como eu.

Conheço-te pouco
Invado seu mundo

Monto minha cabana, mas quando vejo que o brilho do sol passou
Levanto minha barraca e nem se quer olho para o espaço que deixo. Espaço sou.
E vou.
Na mais ilusória das procuras, mas como são tantas me perco no pranto de querer ser seu.
Como? Se não és meu?

Sei que pouco se interessa.
Tens tanta pressa
Que não há tempo para que veja a peça
Que prega
Que passa todos os dias, diante dos seus olhos
Janela do seu próprio retrato
Seu eu

Apagado pelo tempo outrora vivido: o ser, o seu, meu eu.

Vulcânica

"Vulcânica
Puro aço nos olhos
Corta o vento com as mãos
Nos lábios, palavras enlaçam
Idéias amarradas de pé
A retração é uma tática
Entre o falso conformismo
e o desejo de contrução
Nas horas de inquietude do silêncio
Sussura versos, sem dor
Devastando a imensidão do ar
com um jeito vulcânico de ser
Intenso como larva que esquenta o mar"

Homenagem do amigo Leandro Alves

Em 02/03/2007