segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Eu

Procura-se:
Um lar
Um canto
Um Bar
Um manto
Um mar
Um lugar
E aí o que será?
Apenas, procura-se ainda:
Alguém assim como eu
Que um dia se perdeu
Prendeu
No labirinto da vida

Quem é tão seu como eu?
Quem já se perdeu em seu eu como eu?
Quem já foi tão meu como seu eu?
Então me diga?
O que fazer sem o meu que é o seu eu?

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Em má companhia


“Ele só tinha dezesseis e que isso sirva de exemplo para vocês”

Às vezes a felicidade está bem debaixo do nosso nariz, mas poucos resistem à tentação de trilhar caminhos desconhecidos. Dedico este texto aos adolescentes que se deixam levar pelo mundo desconhecido das drogas.


A mãe o tomou em seu colo e acalentou a primeira vez o dia 1° de maio . Num dia acalorado pela massa de trabalhadores em frente ao Senado Federal, reivindicando melhores salários e condições de trabalho. No dia do TRABALHA-DOR, talvez sua mãe tenha pensado, apresento ao mundo mais um braço forte que há de vencer uma bravata.Um representante de um povo. Ela ficou por um bom tempo a contemplar seu filho. Ela perceberá desde cedo que ele tinha olhos negros e ligeiros típicos de pessoas que sonham em conquistar o mundo. Mas nesse mundo de hoje, de tantas possibilidades, é cada vez mais difícil para os pais ensinarem seus filhos o melhor caminho para conquistar o mundo. E qual caminho é menos ruim? Qual tará menos dor e inquietação? Penso que para os pais, talvez, o melhor caminho é aquele que se viva, ainda que não seja uma vida de luxo, mas que seja de forma digna, com um trabalho honesto. Mesmo sabendo que o mundo não seja justo e que constantemente teremos que lidar com incertezas e frustrações. Nem sempre o caminho mais fácil é o melhor atalho para sair de uma condição. “Que também morre quem atira” No mundo de muitas possibilidades e poucas oportunidades para aqueles que nascem desiguais. O melhor caminho e suar a camisa e trabalhar com: as adversidades da vida, as esperanças perdidas, as impunidades, as fragilidades humanas, a alma dolorida. Escrevo porque são duas da manha e todos dormem e não vejo,não encontro razão para dormir. Dizem que o sono acalanta. Eu não quero acalanto. Só quero ficar no meu canto. Quero chorar, derramar meu pranto em letras vermelhas dessa caneta que ora escrevo. Não, não dessa vez não estou aqui para falar dos meus dissabores, quero falar de outro que duas balas lhe tiraram a vida. Certamente, você deve se perguntar por que escrevo coisas tristes. Porque quando escrevo em todas as letras que surge na tela é como se fosse uma lagrimas que banha me rosto. ”quem quiser que fale mal da literatura. Quanto a mim direi apenas que devo a minha salvação. venho da rua de deprimido, escrevo dez linhas, torno-me olímpico” Na mente apenas um clarão que cega. De tanto olhar não vejo nada. Dois tiros tiraram uma vida. O cérebro apagou só o corpo restou.
- E agora qual é a saída?
- Aí que dor, me ajudem, por favor!
- Doar ou não os órgãos para salvar outras vidas?
Perder alguém que amamos é muito doloroso. No inicio choramos pela dor da ausência, da saudade, do futuro não vivido. Choramos por que somos egoístas, pois choramos pela perda, pela dor que a ausência do outro no trás. Depois de um tempo as lagrimas cessam, o coração desacelera é como se estivemos em estado de paralisia, nesse momento é como se houvesse a perda dos sentidos, já não sentimos dor ou alegria, apenas nostalgia. Como se fossemos corpos flutuantes na imensidão do espaço. Demora um tempo para nos adaptarmos para firmamos o pensamento em uma direção. Há varias formas de se perder alguém: quando o tempo leva, quando a morte leva, mas o amor sempre permanece. O amor não morre fica guardado no cantinho cinzento do lado esquerdo do coração. Ainda mais quando o falamos de amor incondicional, amor mono, amor unilateral: de mãe para filho. Não consigo imaginar, quantificar, mensurar o sofrimento de uma mãe que tem seu filho brutamente assassinado, de forma tão covarde.