sábado, 31 de janeiro de 2009

Novo

O mar somos nós
O vento dá direção para onde queremos seguir
È um sentimento “uma coisa” que chega sem pedir licença
Entra em nossas vidas e nos invade por inteiro
Que nos envolve!
Que nos deixa sentir que a vida é muito pequena perto desse sentimento:
uma coisa, que nos envolve todo por dentro
Um sentimento que nasce, nos aquece o peito
O real passa ser imaginário
Ou seria o contrário?
Intenções que vem e vão
È uma luta entre as forças do real
E o poder do imaginário
Chegamos a acreditar que vivemos em uma bolha
Ou seria um aquário?!
Em saber que para ser feliz basta está vivo
Sentir esse gosto na boca
Eu gosto do que é novo!
Independente
De como
De onde
E por que

Eu gosto é de invadi, sem pedir licença
Sem nada pré-determinado
Simples assim!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Páginas

Virou mais uma página em sua vida. Já nem se sabe em que capítulo está. Será que antes do meio, ou perto do fim?Já não se sabe. O que importa são as quantidades de linhas, que com trajetos das passadas,tortas, ainda, tem por escrever.Quantos e que personagens figuram essa História. Só o tempo dirá. Pode-se, apenas, dizer que se conhece o protagonista. Olhou pela janela cinza do passado e sentiu a nostalgia de quem está deixando algo. Como uma roupa que já não cabe mais!Soltou aquele grito que estava preso na garganta.Tentou ver no Livro da Vida o que vinha depois. Em vão, porque só se vira a página deste livro com as passadas das pernas e do tempo. Tentou esboçar o capítulo seguinte, logo descobriu que não é com dedos que se escreve, mas com os pés, cabeça, coração e atitudes. Sentiu-se frágil, como não saber o fim da sua própria História? Em seguida, pensou: talvez seja melhor assim, porque quando não se sabe o fim; o que virá na próxima página aumenta à expectativa e a vontade de viver, o hoje, a página atual - melhor momento - o presente. O que importa são as pegadas deixadas, preenchendo as traçadas linhas no livro da vida

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Encontro


Com os olhos tristes e marejados de lágrimas, o punho cerrado, o coração apertado, ele disse: Sabe Senhora? Sabe o que sinto? Um grito mudo, que faz você estremecer todo por dentro, mas que, ninguém além de você ouve. É isso, Senhora! Não se preocupe, gosto disso: procurar um sentido para minha vida sem significados. Talvez você pense que eu seja uma pessoa amarga, de alma perturbada, depressiva ou algo que o valha. Mas não! Apenas falo, exponho o que sinto, embora às vezes pareça sem sentido. Mas o sentido de tudo que fazemos está em nós. Está dentro de nós - a chama que alimenta a vida - que, certamente, um dia há de apagar. Se cada um de nós vê o mundo do seu jeito, como podemos dizer se esse ou aquele seja um jeito errado? Não existe caminho certo ou errado. O que existe são escolhas. Apenas isso. O que passar disso é uma mera interpretação. Uma visão do mundo. Mas agora vou te contar um sonho que tive: Numa noite de agonia, após vários copos de vodka, minhas pálpebras pesaram e sem mais nem menos, de repente, me pego em frente ao prédio em que trabalho. Era um dia que ventava muito, estava nublado, nesses dias as pessoas andam meio curvadas e olhando para baixo. Acho que é por causa do frio, e por isso senti como se ninguém no mundo fosse capaz de me ver. Adentrei o prédio e quando cheguei ao elevador apertei o número 5, é o numero do andar em que trabalho. Só que quando as portas se abriram, percebi que estava no térreo. Achei muito estranho, mas mesmo assim saí em direção à rua e logo percebi que estava sendo seguido. Existem momentos na vida que não podemos voltar atrás, não porque não queremos, mas por que não há mais como voltar porque o tempo não volta, não para.Temos que seguir em frente, continuei. Sentia um medo que percorria à espinha. Por um instante cheguei a pensar que meu coração iria sair pela boca, daí respirei fundo e continuei a caminhar. Do outro lado da rua as arvores balançavam, as janelas dos prédios todas fechadas, eu gritava por socorro, mas era um grito mudo, já sentiu isso? Um grito mudo, que faz você estremecer todo por dentro, mas que ninguém além de você ouve? Quando levantei a cabeça estava em minha frente um homem com uma arma na mão; fiquei atônito, e num golpe ágil me virei, em vão, ouvi o disparo. Fui ao chão. Quando acordei estava em um necrotério com duas jovens de pele clara, pareciam estagiárias cortando e dissecando gente como se fossem animais. Quando olhei, pensei que estava morto, mas em seguida, outra mulher entra na sala com ar de superioridade para fazer a análise do meu corpo. Ela fechou o punho e desferiu um forte golpe em meu peito. Dei um grito alto e estrondoso tamanha à intensidade do soco e da dor. Quando recuperei o fôlego, perguntei a ela quais seriam minhas chances de sobrevivência. Ela me disse que haviam três balas alojadas no meu tórax. Seria uma cirurgia difícil e que o quadro era complicado, mas que minha vida não dependia dela. Disse que estava em minhas mãos. Como minha vida está em minhas mãos, se as balas estavam em meu peito? Naquele momento não entendi aquela ponderação. Foi quando as luzes de minha vida se apagaram. Então quando abri os olhos novamente estava eu caminhando em uma estrada estreita - uma “estrada de chão”. Num lugar lindo, com verdes pastagens. Logo à frente avistei um cavalo branco que mais parecia cinza, olhos cinza e opacos. Sua cor era branca. Ele vinha de uma longa jornada e lugares distantes, porque dava para ver seu pelo, estava sujo e seu aspecto era de muito cansaço. Quando me aproximei dele era como se eu estivesse indo ao encontro de mim mesmo; via ali meu reflexo naquele animal. Cheguei bem pertinho, passei minhas mãos sobre sua crina e o acariciei. Olhei seus olhos amargurados e cansados, foi quando ele me disse: _ “viu o que você fez com sua vida?”
_ È magoei você, né? Sei que foi culpa minha. Agora vejo o que fiz.

_ você não, mas suas escolhas ao longo da vida.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

STOP

Tentei dizer Adeus
Mas as palavras ficaram presas na garganta
Pensei em ir-me, mas tive medo
Coração no peito, sem jeito
Medo do Adeus
Medo daquela dor no peito
Decidi que não quero mais.
Nem adianta...
Para mim, chega!
Quero paz
Quanto mal me faz.
Já me basta!
Chega de mel
Chega de fel
Chega desse gosto amargo
Chega de ácido e básico
Se encontrar por aí
Vou fingir que não vi
È melhor assim

domingo, 11 de janeiro de 2009

Inocência


Seus olhos negros, mas pareciam duas jaboticabas a fitar o infinito. Os cachos dos seus cabelos soltos ao vento – tão definidos quanto seus traços e personalidade. Seu ar de jovialidade. Era só uma garotinha de dois aninhos que chegou em nossas vidas,para alegrar os nossos corações com seu jeitinho saltitante, alegre e cheio de vida. Estava lá aquele anjinho sentado embaixo da mangueira em frente a casa.Pensei: pagaria um milhão por aqueles pequenos grande pensamentos de um ser tão inocente. Tão puro; Quando a busquei novamente, encontrei-a em frente ao portão da casa, apoiada nas pontas dos pés, segurando com seus bracinhos frágeis o portão. Com a cabeça entre as frestas. Falava com eloqüência com alguém – um menino da sua idade. Seria o seu “primeiro amor”? Falavam uma linguagem que só as crianças entendem. Os imaginei crescidos e como seria o futuro. Talvez fosse este o amor verdadeiro desprovido de máscaras e interesses. Um amor de descobertas... Fique por alguns instantes observando a inocência dos dois. Inocência esta que o mundo certamente roubaria em poucos anos. Seu nome não era inocência, embora lhe caísse bem. Era Luiza. Sua mãe tentou sem sucesso afastá-la do portão e do seu novo amiginho. Em vão, tamanho eram seus gritos de lamentações... A mãe numa tentativa de tirá-la do portão disse: “Luiza, vamos comprar balinha na padaria?”. A menina respondeu que não tinha dinheiro então à mãe colocou em sua pequena mãozinha uma cédula de R$2,00 reais. Luiza perguntou a sua mãe se podia levar o amiguinho com elas. A mãe alegou que o menino não tinha dinheiro e por isso ele não poderia ir com elas. Então a menina rasgou a cédula ao meio e entregou a metade do dinheiro ao seu novo amiginho e disse: “toma, uma para você e outro para mim”. A inocência é um estado da alma. O segredo da felicidade – é a doce inocência da infância. Ou seria a inocência um estado perecível da alma que uma vez perdida, jamais será restabelecida?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Quem Te Habita?


Na penumbra, de um noite cinzenta e chuvosa, as luzes apagadas, ou queimadas, já nem se sabe mais, apenas a claridade da tela do computador iluminando o ambiente. O reflexo do seu rosto.Por um instante pode ouvi a respiração, as batidas do coração que mais parecia o tic tac do relógio. Indagou-se, se o coração fosse o relógio da vida quanto tempo ainda restava. Por quanto tempo duraria sua bateria. Coração relógio – relógio coração - de muitos pontos e ponteiros impulsionados por gotas de sangue dosam suas batidas. A imagem refletindo na tela. A imagem que agora tão nítida em poucos anos perderia sua cor, deixaria de existir. Quem era aquele alguém sentado frente aos seus olhos. Pensou consigo. Ali inerte olhando um ponto fixo pensando.Sentindo, apenas, o fluxo da vida percorrendo seu corpo,banhando seu coração, regando suas entranhas, de acordo com as batidas dos ponteiros do relógio – coração. Como pode desconhecer-se?Quem era aquele ser que habitava aquele corpo ali parado diante dos seus olhos opacos. Senti-se, sem sentido a ponto de questionar o existir de tanto pensar.A alma debilitada, perturbada diante de um corpo saúdavel.Quanta incoerência da natureza humana.Era como se o mundo tivesse girando ao seu redor. E tudo perdeu o sentido, a noção de espaço. Questionou-se, todos os feitos na vida valem à pena? Sua existência era seu único feito, mas não, também não era seu. Foi um feito de outros dois seres que sob o efeito embrio da paixão ou de uma explosão de desejos lhes deram o que chamam de vida. A vida é só tudo isso? Ou quase nada?Qual o sentido de existência?A morte? E se morremos para que tanto?Tentou entender o por que das coisas, das pessoas, do andar por aí. Imaginou as pessoas sem face perambulando nas avenidas.Viu um ser sem rosto mostrar sua cara, sua razão de existir - o coração rasgado, dilacerando no peito à queimar. Foi quando emergiu-se do seu eu que não era seu quando na tela apareceu o novo e-mail na caixa de correio. Daí pensou que talvez a vida tenha sentindo por que é no outro que se reconhece seu eu.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Quase Uma Menina



A alegria invade por completo seu coraçãozinho, que embora bata em um corpo de quase 30 anos.Sua alma é jovem.Parece de uma criança de cinco anos quando é deixada pelo sue pai no primeiro dia de aula na escola. Radiante diante de um futuro certo de incertezas. O coração agitado no peito. Uma vontade enorme de grita, mas nem sabia o porquê, apenas queria colocar para fora aquele sentimento latente em seu pequeno grande coração. Meio desengonçada ao falar, ao gesticular, mais parecia uma menina que quer colo. Mas já era uma mulher de quase 30, que deveria ocupar o seu lugar no mundo, ao sol. Ou seria no porão?Afinal esse normalmente era o lema de sua profissão. Diante dessas incertezas, uma certeza era certa, estava determinada tinha consciência que nasceu para ser feliz, onde quer que fosse, e com quem quer quem esteja ao seu lado. Em meio à multidão sentiu-se só. Olhou á sua frente e viu o estranho conhecido e se reconheceu no outro. Como uma criança que encontra seu amigo no pátio da escola. Quando sorriu abriu em sua face o semblante-um sorriso discreto de quem procura um amigo, um abraço ou aperto de mão. Uma sensação de esta perto de alguém familiar. Viu um mundo novo de muitas possibilidades. Saiu dali sorrindo para vida. Afinal era só mais um de vários outros primeiro dia de aula na Escola da Vida.