segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Pastando o tempo

Quando eu o vi pela ultima vez ele estava no jardim, comendo capim, pastando passando o tempo. Naquele dia tinha uma menina jogando amarelinha só de calcinha próximo a calcada, da rua de dona Berta. Essa senhora que veio do Sul com seus dois filhos João e Pedro filho de Jatobá o marido que um dia a deixara ainda de bucho do ultimo filho para vadiar. Tinha também o tal português que era seu freguês que só tomava banho uma vez por mês. Com pouco de sorte podia ver de longe o forte. Mas ninguém se preocupava com isso porque era um desperdício olhar para o forte quando se tinha um “mudareu” de mar para olhar. Muita gente passa por lá, era gente que vinha e ia num vai e vem danado para ver esse lugar. Todos perguntavam como era o gosto do mar. Sabe lá dizia dona Terezinha outra vizinha que morava lá. Vinha gente até da realeza para ver de longe aquela grandeza de se orgulhar. Ah, quanta gente inocente, começou a viajar para se contagiar com a beleza do além mar. Quem era esse holandês que sabia falar português e só comia carne vermelha um dia no mês? Sabe lá! Só o povo que conhece saber o valor de se conhecer o mar. Sabe lá. Ontem conheci uma menina que seu pai trabalhava numa oficina que tem quintal bem grande que o pai nunca capina. Onde seu cavalo que possui belas e longas crinas fica a pastar. Então passei por ali a ultima vez que a vim tava lá pastando e comendo capim. Daí eu pensei tudo na vida deve ter um fim. Um nasce para sorrir, outra para chorar, outros para conquistar, outras para capinar e outro para comer capim. Simples assim.