quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Tempo

Chamam-no de tempo, fogo lento
Que vagarosamente, vai consumindo...
Esvaecendo o homem que tem fome, o sustento
Esse senhor, dono, sempre atento, o tempo
Que devora o agora!


Ah, senhor!
Impiedoso, que no silêncio da noite e do dia
Sem remorso, ou temor, mais parece covardia
Rouba o homem que tem fome de amor e alegria

Ah, senhor!
Quanta covardia habita esse ser de tamanha agonia
Que carrega no peito a dor e a nostalgia
Que teme o tempo; o fim dos seus dias!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Poder

Na estante insólita e empoeirada tantos, sonhos ali deixados.
Um livro de capa amarelada no porão abandonado.
Ostentando as traças e os traços do tempo, ora passado.
As manchas amareladas são sinais de que a aquarela vem a desaparecer.

Trazendo consigo, ao romper dos tempos, os propósitos daquele que um dia pôs a escrever.
Para falar do homem que tem fome:
De conhecimento e poder.
Que some diante do poder.
Fala da fome de viver.
Para conhecer a fome do homem
Dê a ele conhecimento e poder

E nessa dicotomia do SER e PODER
Segue rumo ao capítulo final
Onde nem sempre o bem vence o mal

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Faço-me

Sinto seu cheiro no ar
Sinto saudade de outrora
Sinto vontade de gritar

Sinto a dor de ir embora
Sinto falta de ar
E agora?

Que caminho trilhar?
Sinto-me solto no ar
Já nem sei para onde ir
Ao te encontrar me perdi


Desfaço-me
Faço-me
Sinto-me fraco
Já nem sei o que faço!
Quero apenas seus abraços
Seus braços...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Broto

A primeira vez que a vi diante dos meus olhos, confesso que senti um tamanho deslumbramento. Imagine você diante de algo desconhecido, mas que te faz feliz. Sabe o que sinto ao ver algo nascer assim diante dos olhos?Um “descontentar-se de contente”.Uma sensação que nos deixa cheio de alegria. O coração saltitante, faltando saltar fora do peito. Foi assim que me senti quando a vi sugir em meio à terra fértil e úmida.Fiquei imaginando quando ela começasse a florir,quando suas pétalas desabrochassem, quando desse fruto; Quando os frutos ficassem maduros e suas sementes secassem; Mesmo quando a sua vitalidade se esvair ainda sim sua semente será capaz de geminar.Será capaz de despertar, ao ser tocada por uma pessoa, o ardor que faz queimar a carne humana. Perplexo é o sentimento, a palavra que expressa tamanho estranhamento diante da força, do magnetismo, desse ser de natureza tão sutil. Um criaturinha muito complexa aos olhos humanos. È esplêndido vê-la. Em saber que eu sou parte disso ou mero espectador do seu desabrochar? Todos os dias a observo. Vejo o seu desenvolver, me envolvo com sua beleza espceial e natural. Um ser vivo, dono de uma de uma pureza sem igual, tão jovem e já é capaz de causar tanta euforia no ser considerado da raça superior - o bicho homem. Sou grato pela sua existência. Só em saber que ela está ali crescendo e a cada dia mais: bela, verde e experimental.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Alegoria

A incerteza é certa
Preciso andar
A dúvida desperta



Sinto frio no calor
Medo de caminhar

Sou grande diante da vida pequena
Sou uma mistura pura
Sou um dilema

Sou mistura impura
Pura poesia
Busco encher a vida de alegria
Sou de tudo um pouco, a cada dia!

Sou um misto de amor e alegria.
Sou o pôr-do-sol ao fim do dia.
Sou o arco-íris e alegoria.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Domingo

Recanto do meu eu
Canto a canção silenciosa da vida
Máscara da vida
Carapuça vivida
Catapulta da vida



O mundo gira, e eu aqui parada
Quieta, calada


Um ser estranho
De mãos atadas
Num mundo tamanho


Doente de tédio
Num mundo de desejos estranhos
Parada em meio ao nada
Não vejo remédio
Na rua, na casa, no prédio