domingo, 11 de janeiro de 2009

Inocência


Seus olhos negros, mas pareciam duas jaboticabas a fitar o infinito. Os cachos dos seus cabelos soltos ao vento – tão definidos quanto seus traços e personalidade. Seu ar de jovialidade. Era só uma garotinha de dois aninhos que chegou em nossas vidas,para alegrar os nossos corações com seu jeitinho saltitante, alegre e cheio de vida. Estava lá aquele anjinho sentado embaixo da mangueira em frente a casa.Pensei: pagaria um milhão por aqueles pequenos grande pensamentos de um ser tão inocente. Tão puro; Quando a busquei novamente, encontrei-a em frente ao portão da casa, apoiada nas pontas dos pés, segurando com seus bracinhos frágeis o portão. Com a cabeça entre as frestas. Falava com eloqüência com alguém – um menino da sua idade. Seria o seu “primeiro amor”? Falavam uma linguagem que só as crianças entendem. Os imaginei crescidos e como seria o futuro. Talvez fosse este o amor verdadeiro desprovido de máscaras e interesses. Um amor de descobertas... Fique por alguns instantes observando a inocência dos dois. Inocência esta que o mundo certamente roubaria em poucos anos. Seu nome não era inocência, embora lhe caísse bem. Era Luiza. Sua mãe tentou sem sucesso afastá-la do portão e do seu novo amiginho. Em vão, tamanho eram seus gritos de lamentações... A mãe numa tentativa de tirá-la do portão disse: “Luiza, vamos comprar balinha na padaria?”. A menina respondeu que não tinha dinheiro então à mãe colocou em sua pequena mãozinha uma cédula de R$2,00 reais. Luiza perguntou a sua mãe se podia levar o amiguinho com elas. A mãe alegou que o menino não tinha dinheiro e por isso ele não poderia ir com elas. Então a menina rasgou a cédula ao meio e entregou a metade do dinheiro ao seu novo amiginho e disse: “toma, uma para você e outro para mim”. A inocência é um estado da alma. O segredo da felicidade – é a doce inocência da infância. Ou seria a inocência um estado perecível da alma que uma vez perdida, jamais será restabelecida?

7 comentários:

Luciane Lira disse...

Adorei a história....
que lindo.
Muito bem escrita.
Por isso Cristo disse que devemos ser como crianças...

Unknown disse...

...torna-se incomensurável a visão que se pode ter diante dos traços e rabiscos que a vida nos mostra no dia-a-dia. Traduzir e interpretar um rascunho e tornar uma arte, é mais que nobre no ser humano! Um poeta jamais morre...sua alma paira entre ventos e brisas tocando os rostos daqueles que buscam inspiração no nada!!
Continue alimentando esse lado do seu coração, da sua alma, do seu ser...faça valer seu pensamento, suas vontades, seus desejos...torne o mundo mais puro e mais calmo, fazendo uso indiscriminado da essência que existe dentro de ti que é a POESIA!

Anônimo disse...

Talvez a inocência da Luiza, a inocência de um mundo ainda por conhecer, essa realmente,uma vez perdida nunca mais pode-se tê-la novamente. Mas, quanto mais próximos estivermos da busca de se ter esse olhar da inocência, sem dúvida estaremos mais próximos da virtude.

Adorei nega!Ficou mil vezes melhor que o rascunho.
Besos

Unknown disse...

e aÊ Vilas Boas!!!

bom, o problema é q hoje em dia nem mesmo as crianças são mais inocentes...

Rodrigo Ávila disse...

"Não sou mais tão criança a ponto de saber tudo!"

Edna Vilas Boas disse...

Olá pessoas,

Adorei os comentários.

Lú obrigada e volte sempre!

Dinho obrigada pelo carinho!
Lara obrigada pelo mil vezes melhor!
Fernado será q as crianças não são tão inocentes? Eu quero acreditar q sim!
Rodrigo, È já não somos mais tão crianças...
bjs a todos e vc
e voltem sempre...

Edna Vilas Boas disse...

bjs