Na penumbra, de um noite cinzenta e chuvosa, as luzes apagadas, ou queimadas, já nem se sabe mais, apenas a claridade da tela do computador iluminando o ambiente. O reflexo do seu rosto.Por um instante pode ouvi a respiração, as batidas do coração que mais parecia o tic tac do relógio. Indagou-se, se o coração fosse o relógio da vida quanto tempo ainda restava. Por quanto tempo duraria sua bateria. Coração relógio – relógio coração - de muitos pontos e ponteiros impulsionados por gotas de sangue dosam suas batidas. A imagem refletindo na tela. A imagem que agora tão nítida em poucos anos perderia sua cor, deixaria de existir. Quem era aquele alguém sentado frente aos seus olhos. Pensou consigo. Ali inerte olhando um ponto fixo pensando.Sentindo, apenas, o fluxo da vida percorrendo seu corpo,banhando seu coração, regando suas entranhas, de acordo com as batidas dos ponteiros do relógio – coração. Como pode desconhecer-se?Quem era aquele ser que habitava aquele corpo ali parado diante dos seus olhos opacos. Senti-se, sem sentido a ponto de questionar o existir de tanto pensar.A alma debilitada, perturbada diante de um corpo saúdavel.Quanta incoerência da natureza humana.Era como se o mundo tivesse girando ao seu redor. E tudo perdeu o sentido, a noção de espaço. Questionou-se, todos os feitos na vida valem à pena? Sua existência era seu único feito, mas não, também não era seu. Foi um feito de outros dois seres que sob o efeito embrio da paixão ou de uma explosão de desejos lhes deram o que chamam de vida. A vida é só tudo isso? Ou quase nada?Qual o sentido de existência?A morte? E se morremos para que tanto?Tentou entender o por que das coisas, das pessoas, do andar por aí. Imaginou as pessoas sem face perambulando nas avenidas.Viu um ser sem rosto mostrar sua cara, sua razão de existir - o coração rasgado, dilacerando no peito à queimar. Foi quando emergiu-se do seu eu que não era seu quando na tela apareceu o novo e-mail na caixa de correio. Daí pensou que talvez a vida tenha sentindo por que é no outro que se reconhece seu eu.
Nós já fomos mais inteligentes...
Há 13 anos


6 comentários:
Edna, gostei do que vc escreveu. Incluindo como e sobre o que escreveu. Vou acompanhar seus testos ... hehehe ...
Essa é minha amiga mesmo hein...
Adorei.
Parabéns pelo blog.
Texto muito bacana viu.
Um super abraço.
Oi pessoas,
Fiquei muito feliz em vê-los por aki!
Roberto obrigada e volte sempre.
Lú que bom q não assustei vc com as minhas "loucuras".Mas vc já me conhece há tempos.ehhehehe. Ufa ainda bem. hehehe .
bjs
Bravo!!!
" a vida tem sentido porque é no outro que se reconheçe o seu eu".
Se reconhecer no outro significa abandonar a condição de bom selvagem ( condição de animal) e passar a ser humano. Só é preciso que esse reconhecimento se dê "in" si. Não espere que a imagem que vê nos outros explique tudo...
Bjs
Edna,
Muito bom mesmo, gostei muito.
Você está de parabéns!!
vou continuar visitando seu blog!!
Abraços
"Quanta incoerência da natureza humana.Era como se o mundo tivesse girando ao seu redor."
Amei o texto.. essa frase em especial é de uma profundidade singular.
parabéns!!!
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